Secretário de Fazenda diz que salários de servidores só estão garantidos até setembro
Titular da pasta estadual, Luiz Claudio Carvalho fez novas projeções contando com os recursos financeiros da União; Estado do Rio só ganha fôlego mais um mês
Por PALOMA SAVEDRA
Em audiência virtual da Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), nesta terça-feira, o secretário estadual de Fazenda, Luiz Claudio Carvalho, deu novas projeções sobre as finanças estaduais diante da ajuda financeira da União - ainda abaixo do esperado. Carvalho declarou que os salários dos servidores públicos ativos, inativos e pensionistas estão garantidos somente até setembro.
Ou seja, segundo informou Carvalho aos deputados, por enquanto, somente haverá fluxo de caixa para o pagamento dos vencimentos de agosto (quitados no mês seguinte).
A Câmara dos Deputados pretende votar o texto dessa forma, para não atrasar ainda mais os repasses às prefeituras e governos estaduais. Mas há um entendimento dos parlamentares de que o valor de R$ 60 bilhões para transferências diretas aos entes é insuficiente para recompor a drástica queda de receitas que todos estão tendo e terão devido à crise do coronavírus.
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A audiência foi realizada para discutir as diretrizes orçamentárias para 2021. Na reunião, os parlamentares questionaram diversos pontos à equipe do governo, entre eles, a negociação sobre as dívidas do estado.
Queda de R$ 15,7 bi de receita
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Questionado pela presidente da Comissão de Saúde, Martha Rocha (PDT), sobre as ações que o governo pretende implementar para cobrir o déficit de receita de R$ 15,7 bilhões, o subsecretário de Planejamento e Orçamento da Casa Civil, Bruno Schettini, reafirmou que a suspensão do pagamento antecipado de metade do 13º salário foi uma delas.
Vale lembrar que, logo no início da crise, o estado anunciou o contingenciamento de R$ 7,6 bilhões da receita. Na reunião, Schettini apontou também medidas como as auditorias fiscais em andamento e decretos que limitam as contratações não essenciais neste momento.
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Já o titular da Fazenda foi categórico: disse que não há como o estado recompor a perda de receita de R$ 15,7 bilhões. Carvalho é um dos críticos à nova versão do projeto de ajuda federal aos estados. E vem defendendo o repasse do governo federal para garantir a recomposição de ICMS por seis meses, o que faria o Rio receber R$ 10 bilhões da União.
"A discussão que ocorre no Senado tem como parâmetro a recomposição de 2019. Pela proposta ainda nos faltam R$ 8,1 bilhões para essa recomposição", pontuou o secretário.