Serviço público do país terá mais de 1 milhão de cargos para livre nomeação com a reforma
Levantamento é da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado, que avalia riscos de agravamento da corrupção no país. Relator Arthur Maia pretende retirar dispositivo do texto
Mobilização contra a reforma administrativa ocorre em várias partes, como em Brasília - Divulgação
Mobilização contra a reforma administrativa ocorre em várias partes, como em BrasíliaDivulgação
De acordo com o levantamento, serão pelo menos 207 mil cargos de livre nomeação - independentemente de o profissional ser concursado ou não - em relação aos números previstos atualmente. Segundo o estudo, há hoje, na União, 174.987 cargos em comissão e funções de confiança englobando todos os Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo). Nos estados, são pelo menos 180.702 e nos municípios, 559.642.
O relatório da Conorf avalia que, dessa forma, a PEC contribuiria "para o agravamento da corrupção no país". Ainda segundo a nota técnica, a ampliação dos cargos comissionados com a ocupação de funções estratégicas por profissionais de fora do setor poderá gerar prejuízo de R$ 115 bilhões aos cofres públicos.
Para se ter uma ideia, pelo dispositivo que prevê a criação dos cargos de liderança e assessoramento, essas funções poderão ser exercidas por processo de seleção simplificada, sendo assegurado um percentual de vagas para servidores de carreira ocuparem. Para Maia, essa mudança acabará aumentando os cargos em comissão na administração pública.
Outra medida que vem sendo defendida por Maia é a inclusão dos membros de Poderes no texto. Segundo ele, se a proposta pretende reformular as regras do serviço público, deve alcançar todas as carreiras e faixas salariais.
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