"Eu fui me despindo dos medos e complexos que eu tinha, e assim a música foi ficando um pouco mais leve também. E a minha questão como pessoa, de convívio social, mudou completamente. Quanto mais bem resolvida, mais feliz eu fui ficando. Então, eu até chego a uma conclusão de que, quando as pessoas falam que eu era antipática, eu não era antipática, eu era infeliz. Eu acho que é a melhor forma que define todo esse processo que as pessoas falam. Eu era realmente infeliz e não sou mais", declara.
Assunto do momento
'Promessinhas', aliás, tem tudo a ver com essa nova Paula, dona de si. "A música trata de um tema super atual. As mulheres estão muito empoderadas, sabe o que querem e ninguém quer viver de promessinha. Eu escrevi essa canção com base em algumas promessinhas que já me fizeram, não somente em relacionamentos, mas durante toda minha vida", declara a sertaneja.
Com um jeito mais quietão, no entanto, Paula fala sobre a diferença da sua fossa em relação às demais retratadas no universo das músicas sertanejas. "Eu não tenho perfil de correr para o boteco. Quando eu termino ou quando alguém termina comigo, eu tenho que ficar comigo. Eu sou o meu melhor porto. Não julgo quem vai, quem sai pra beber ou encontrar os amigos, cada um curte a sua fossa do jeito que quiser. Mas ficar sozinha me fortalece, você vive seu luto. É só que a minha maneira de curtir a fossa e dar a volta por cima é diferente", explica.
Nova rotina
A composição e produção de novas músicas, por sinal, é uma das ferramentas que Paula encontrou para se manter sã durante tantos meses de isolamento. Franca como de costume, a sertaneja fala de como tem sido sua rotina nesses tempos de crise. "Eu estou bem porque estou com saúde e minha família também. Mas ninguém consegue ficar inteiramente feliz nos dias de hoje sabendo que tem tanta gente passando dificuldades, passando fome e doente nos hospitais. Tem dias que choro e tem dias que ando mais esperançosa. Mas ando mais esperançosa do que qualquer outra coisa. Para não enlouquecer, nesses momentos que eu estou mais deprimida, costumo ligar para minha mãe, porque sinto muita falta dela", desabafa a cantora que faz o contraponto por entender os benefícios de sua posição social.
"Eu sei que eu sou uma pessoa privilegiada. Graças a Deus, eu posso me manter, tenho a minha casa e posso ficar sem trabalhar para não me expor ao vírus. Eu posso um monte de coisas que um monte de gente não pode. Estou compondo bastante, assisto séries e tenho muitos prazeres que antes não tinha, naquela vida maluca de 220 shows no ano. Hoje eu me tornei uma dona de casa, aprendi a cozinhar, tenho horário para dormir e acordar. Hoje eu tenho uma qualidade de vida, de certa forma, muito melhor, mas essa situação da pandemia, obviamente, entristece. Então torço para que isso tudo passe logo para libertar a gente", declara.
Próximos passos
Enquanto compõe mais músicas e se atribui das tarefas de casa, Paula também desenha os novos planos da carreira. Após lançar o livro 'Pássaro de Fogo', em 2018, a sertaneja tem um projeto ainda mais ousado. "Me deu vontade de fazer um filme da minha vida. Não tenho ninguém que esteja cuidando disso ainda e não tenho planos para isso agora. Mas tá na filinha da vida, não tem data para acontecer, mas espero que não demore muito", revela a cantora que, em contrapartida, já sabe qual desafio não quer encarar de jeito nenhum: o 'BBB'.
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