Secretária- executiva do Ministério da Fazenda garante que o ajuste fiscal não será prejudicado - Marcelo Camargo / Agência Brasil
Secretária- executiva do Ministério da Fazenda garante que o ajuste fiscal não será prejudicadoMarcelo Camargo / Agência Brasil
Por Agência Brasil

Brasília - Diante da decisão do Judiciário e do Legislativo de aumentarem os salários de seus funcionários em 2019, o presidente Michel Temer desistiu de enviar ao Congresso Nacional uma medida provisória (MP), dada como certa desde 10 de agosto, que adiaria para 2020 o reajuste dos servidores do poder Executivo. O Palácio do Planalto avaliou que a MP que excluiria apenas o Executivo do benefício salarial não teria apoio dos parlamentares.

A decisão foi tomada após conversas do presidente com representantes do Judiciário e do Legislativo. Temer também negociou com o Supremo Tribunal Federal (STF) a promessa de troca do auxílio-moradia, que deixaria de existir no Poder Judiciário, pelo reajuste de 16,8% aprovado pela maioria do STF.

A secretária- executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, disse, nesta quarta-feira, que, mesmo com os reajustes concedidos aos servidores, o ajuste fiscal não será prejudicado.

"O ajuste será feito de qualquer forma porque o teto de gastos baliza as metas fiscais a longo prazo. Dentro desses espectros, as escolhas (de alocação de recursos) são feitas num processo do regime democrático, em que existem vários atores fazendo suas escolhas", justificou.

Corte de verbas

A secretária informou que o governo terá de cortar verbas para bancar os reajustes e reiterou que a discussão se aplica apenas à destinação de recursos, sem alterar o volume total de gastos.

Ana Paula disse ainda que a previsão dos aumentos salariais do funcionalismo deverá constar no Orçamento da União de 2019 que será enviado ao Congresso nos próximos dias. A data máxima para o envio da lei orçamentária é 31 de agosto.

Impacto

Os reajustes impactam em R$ 11 bilhões no orçamento de 2019, considerando todos os servidores, entre civis e militares. Se o aumento fosse adiado, como previsto inicialmente, apenas para os civis, a economia seria de R$ 6,9 bilhões, segundo o Ministério do Planejamento.

A previsão é que as despesas da União com pessoal em 2019, como salários e encargos, alcancem R$ 322 bilhões.

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