Em vídeo, jogadores brasileiros fizeram apelo para deixar a Ucrânia, atacada pela RússiaReprodução

Rio - A invasão da Rússia à Ucrânia tem feito pessoas fugirem do conflito militar na região e buscarem abrigo em outros países. Atletas brasileiros que atuam no futebol ucraniano estão deixando a área de perigo e vêm desembarcando no Brasil em meio ao alívio. Enquanto o caos ainda persiste no Leste Europeu, os jogadores também tentam definir seus respectivos futuros no futebol. 
Advogado com mais de 20 anos de experiência no mercado, Marcos Motta revelou que há uma orientação para os jogadores.

"Temos sido muito consultados por jogadores. Nossa orientação é muito parecida com a do período de pandemia, quando explodiu o mercado diante de um motivo de força maior. A Fifa define guerras como um motivo de força maior. Neste período, não dá para o jogador se amparar em uma cláusula qualquer pedindo a rescisão unilateral. A não ser, claro, os jogadores que tivessem no contrato a previsão de uma cláusula de rescisão em caso de guerra", afirmou, ao LANCE!.

Motta detalhou como os clubes ucranianos estão agindo perante a situação.

"A Fifa dificilmente vai reconhecer a cláusula rescisória de um contrato devido a um motivo de força maior. Afinal, não se sabe até quando este conflito vai durar na região. O Campeonato Ucraniano está suspenso, os clubes de lá dispensaram seus respectivos jogadores. Em momentos como este, a Fifa costuma prezar a estabilidade contratual", disse.
Em seguida, o especialista em Direito Desportivo e Mestre Honoris Causa pela ISDE-Madrid apontou um caminho para jogadores apontou alguns caminhos.

"A Fifa aos poucos se adaptou na pandemia. Mudou regras, fez janelas extemporâneas... Contudo, neste momento, em meio à guerra, não é aconselhável tentar rescindir na marra. É preciso cautela em função de uma guerra que causa impacto até na fase de qualificação de uma Copa do Mundo", e ressaltou:

"Quer negociar? Entre em contato com o clube. Os dirigentes dos clubes apenas saíram daquela região da Ucrânia, mas estão conectados. Mas aconselho cautela e diálogo. Quem chegar apontando dedo na cara, vai perder", finalizou Motta.