Lewis HamiltonAFP

Rio - Depois de reforçar a proibição ao uso de joias (piercings e correntes) durante as corridas da F1, na Austrália – uma regra que existe desde 2005, mas que sempre teve pouquíssima fiscalização -, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) desembarcou para o primeiro GP de Miami da história da Fórmula 1 com uma nova diretriz sobre o assunto, ainda mais rigorosa. A resposta de Lewis Hamilton, então? Aparecer na entrevista coletiva desta sexta-feira (06) com três relógios, oito anéis, quatro correntes e dois pares de brincos.
“É um retrocesso se você pensar nos passos que estamos dando como esporte e nas questões e causas mais importantes em que precisamos nos concentrar. Acho que fizemos grandes avanços como esporte… e isso é uma coisa muito, muito pequena”, declarou o heptacampeão mundial sobre a questão. “É sobre individualidade e ser quem você é. Temos peixes maiores para fritar, coisas maiores para fazer, mais impacto para causar, então acho que é realmente onde o foco deve estar”, completou.
Desta vez, o órgão regulador introduziu uma seção nos formulários de verificação técnica obrigatória – que as equipes devem assinar no registro da etapa. Tais formulários passaram a ter duas passagens extras, delineando as regras estipuladas no Código Desportivo Internacional. As equipes devem declarar que seus respectivos pilotos não usam joias e que suas roupas íntimas de corrida também estão de acordo com os padrões de segurança da entidade.

Estes dois aspectos passam a ser, agora, considerados como parte da inspeção técnica dos carros. O que isso significa, pois? Significa que, se os padrões da entidade não forem atendidos, o registro da equipe poderá ser considerado ilegal. Normalmente, isso resultaria em banimento, mas, neste caso, é mais provável que resulte em multa ou penalidade no grid.
“Não consegui colocar mais joias hoje. Estou no esporte há 16 anos, uso joias há 16 anos. No carro, só uso os brincos e o piercing no nariz, que não dá nem para remover, então parece desnecessário para nós entrarmos nessa briga. Se me impedirem, que assim seja. Temos pilotos reserva, então estamos prontos e preparados para o fim de semana. Há muito o que fazer nesta cidade, então estarei bem de qualquer maneira”, ironizou Hamilton.

“É platina, que eu tenho, então não é magnético, e nunca foi um problema de segurança no passado. Eu fiz muitos exames de ressonância magnética, por exemplo, e não tenho que tirar os meus de platina, porque não é um problema”, justificou, por fim, o piloto da Mercedes.
A justificativa da FIA para endurecer suas diretrizes é de que “a presença de joias pode retardar, devido ao risco de ‘enroscar’, a remoção emergencial de equipamentos de segurança do motorista, como capacete, balaclava e macacão. No caso em que imagens médicas são necessárias para informar o diagnóstico após um acidente, a presença de joias no corpo pode causar complicações e atrasos significativos”.