Nelson Piquet foi flagrado utilizando termo racista em vídeosReprodução de vídeo

Rio - O ex-piloto tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelson Piquet, emitiu um comunicado se desculpando pelo termo racista utilizado para se referir a Lewis Hamilton. De acordo com o brasileiro a intenção não foi ofender o heptacampeão mundial. Piquet ainda culpou a tradução do termo "neguinho" para dizer que sua colocação acabou ganhando uma repercussão diferente em outros idiomas.
"O que eu disse foi mal pensado, e eu não vou me defender por isso, mas eu vou deixar claro que o termo é um daqueles largamente e historicamente usados de forma coloquial no português brasileiro como sinônimo de 'cara' ou 'pessoa' e nunca com intenção de ofender. Eu nunca usaria a palavra que estou sendo acusado em algumas traduções. Condeno veementemente qualquer sugestão de que a palavra tenha sido usada por mim com o objetivo de menosprezar um piloto por causa de sua cor de pele", afirmou.
Nelson Piquet também fez elogios a Lewis Hamilton e afirmou que não há espaço para discriminação na Fórmula 1. "Eu me desculpo com todos que foram afetados, incluindo Lewis, que é um grande piloto, mas a tradução em algumas mídias e que agora circula nas redes sociais não é correta. Discriminação não tem espaço na F1 ou na sociedade e estou feliz em deixar claro meus pensamentos sobre isso", finalizou.
A declaração do tricampeão aconteceu em vídeo que viralizou nas redes sociais na última semana. Ao comentar uma batida envolvendo Lewis Hamilton e Max Verstappen na última edição do GP da Inglaterra, no ano passado, Piquet se referir ao inglês como "neguinho".
"O "neguinho" meteu o carro e deixou. O Senna não fez isso. O Senna não fez isso. Ele foi, assim, "aqui eu arranco ele de qualquer maneira". O "neguinho" deixou o carro. É porque você não conhece a curva; é uma curva muito de alta, não tem jeito de passar dois carros e não tem jeito de passar do lado. Ele fez de sacanagem", disse comparando a batida entre os pilotos da Mercedes e da Red Bull com a polêmica colisão de Ayrton Senna e o francês Alain Prost, principal rivalidade da Fórmula 1 à época, na largada do GP do Japão, em 1990, que garantiu o título daquele ano ao brasileiro.
As declarações de Piquet repercutiram mal em toda a imprensa esportiva, na F-1 e também geraram resposta de Hamilton. O inglês, que é um dos esportivas mais atuantes no combate ao racismo no mundo, utilizou as redes sociais para rebater os comentários do brasileiro.
"É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Eu fui cercado por essas atitudes e fui alvo de minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação", afirmou o heptacampeão.