Jovens jogadores do Herkules revelaram casos de racismo no Mundial de Clubes de handebolDivulgação/Herkules

Campeões do Mundial de Clubes Partille Cup de handebol, os jogadores do Herkules Sub-15 relataram casos de racismo durante a participação na competição. De acordo com os jovens da delegação brasileira, atletas de equipes europeias imitavam macacos nos jogos.
Em entrevista ao 'ge', o goleiro Gabriel Ferreira revelou que tudo começou em uma partida contra um clube sueco. 
"Até então estava tudo bem, o jogo estava bem disputado, porém foi chegando o final e estávamos ganhando. Tinha um pessoal que joga nesse time (os adversários), porém eles eram mais velhos, do sub-16. Eles estavam atrás do meu gol e me tirando a atenção, mas eu não estava dando bola. Até que um menino passou mais perto de mim disse 'monkey, monkey' e começou a imitar um macaco. Foi nessa hora que parei o jogo chamei o meu técnico. Fomos atrás, conversamos com o técnico do menino para e explicar a situação, porém não aconteceu nada. Ele foi embora, continuamos o jogo e conseguimos ganhar. Eu joguei o restante da partida chorando muito. Aquilo me entristeceu muito, sabe, por conta das palavras do menino eu fiquei sem chão na hora", disse.
Este não foi o único caso sofrido pela delegação do Herkules na Europa. De acordo com Débora Suzuki, diretora do projeto paulista, alemães e franceses também foram racistas e tiveram comportamentos que escancaravam xenofobia.
"Logo que a gente chegou, os meninos alemães estavam conversando e perguntaram 'Como é que vocês chegaram aqui?'. E os nossos meninos responderam: 'A gente veio de avião'. E eles falaram assim: E tem avião no Brasil? Pensei que chegariam de cipó", frisou.
O Herkules é um projeto social de Guarulhos, que conta com 95 atletas de seis a 18 anos. Em 2021, a equipe conquistou o título brasileiro sub-14, que deu a oportunidade de disputar o Sul-Americano da categoria. Após nova conquista, a vaga no Mundial de Clubes veio.