LucarelliWilliam Lucas/Inovafoto/CBV/Divulgação

Japão - A seleção masculina de vôlei, que briga pela quarta medalha de ouro em Jogos Olímpicos, o segundo consecutivo, enfrenta a Argentina nesta segunda-feira, às 9h45 (horário de Brasília), e aposta na experiência de Lucarelli para superar os rivais. O jogador, que atua como ponta na equipe do técnico Renan Dal Zotto, vive ótimo momento, tem no currículo o ouro nos Jogos do Rio-2016, e ainda teve uma chance quatro anos antes que poucos atletas conseguem.
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Na Olimpíada de Londres, em 2012, ele tinha apenas 20 anos e viajou com o grupo brasileiro para a Inglaterra dentro de um programa do Comitê Olímpico do Brasil (COB) de vivência olímpica Lá, ele não jogou, mas conviveu com grandes estrelas do esporte e viu seus ídolos perderem a final para a Rússia, ficando com a prata. Pode-se dizer que a ida aos Jogos de Londres foi uma espécie de estágio na carreira de Lucarelli.

"A única lembrança triste que tenho de lá foi a derrota na final São coisas do esporte, que infelizmente aconteceram com a gente Mas, de resto, foi tudo sensacional. Os caras que me fizeram apaixonar pelo vôlei, de quem sempre fui fã, estavam lá. Eu me espelhava muito nos jogadores que estavam ali e foi um prazer enorme ter essa convivência. Eles mereciam muito aquele título", disse.

Aquele grupo tinha jogadores como Murilo Endres, Giba, Ricardinho, Leandro Vissotto, Dante e o líbero Serginho, entre outros. Da atual seleção, o levantador Bruninho, o central Lucão e o oposto Wallace também faziam parte daquele time que levou uma virada histórica na decisão.

Por todas as situações que passou com aquele grupo, Lucarelli ressalta a importância do programa Vivência Olímpica como um aprendizado importante em sua carreira. "Foi muito legal para mim. Deu para entender o que é uma Olimpíada, o quão grande é. Depois daquele ciclo, dei o máximo para jogar a Olimpíada que foi no Brasil e tive sorte de conseguir a vaga no time", afirmou Lucarelli.

Nesta edição da Olimpíada, o Vivência Olímpica acabou não ocorrendo por causa da pandemia de covid-19. Atletas que poderiam ter a mesma experiência de Lucarelli perderam a chance de sentir o clima dos Jogos antes da hora. Mas tudo indica que para Paris-2024 a situação já volte ao normal.

Nos Jogos do Rio, Lucarelli foi campeão junto com o time que era comandado por Bernardinho. A vivência de anos antes ajudou na sua formação. "O que sempre levo como aprendizado é a importância do trabalho. A galera corre atrás e todos continuam em um nível extremamente alto. Então só trabalhando para ser merecedor", explica.

O Brasil estreou nos Jogos de Tóquio ganhando da Tunísia por 3 a 0. Depois de enfrentar a Argentina nesta segunda-feira, ainda vai encarar a Rússia, na sequência os EUA e, por último, a França. "Acho que o favoritismo nesta Olimpíada está bem dividido", comenta Lucarelli, que espera repetir a dose da última edição no Japão.

"São muitas equipes que têm claras chances de chegar até a final O Brasil tem chance de estar nesse grupo, mas acredito que muitas outras equipes também têm a possibilidade de chegar longe Vejo com força a Rússia, a Polônia, a França, os Estados Unidos, que são sempre uma equipe que chega longe, e a Itália, entre outras", diz.

EQUIPE POTENTE - A força do Brasil nos Jogos de Tóquio não está apenas em Lucarelli. A seleção conta com o talento do levantador Bruninho, que tem experiência para armar as jogadas de ataque da seleção. Outro fator decisivo é o ponteiro Leal, que nasceu em Cuba, mas se naturalizou brasileiro e está disputando sua primeira Olimpíada. E o oposto Wallace vem se destacando na temporada.

Todos participaram da boa campanha da equipe na Liga das Nações. O Brasil venceu a Polônia na finalíssima. Até por isso, pode ser colocado como uma das principais forças nesta edição da Olimpíada e um dos favoritos a ficar com o ouro.

Atuando no vôlei italiano, Lucarelli também entende que a França vai dar trabalho, e dará ainda mais no próximo ciclo olímpico, quanto atuará em casa em Paris-2024 e será comandada pelo brasileiro Bernardinho. "O time atual da França é muito bom e, conhecendo o Bernardo, eles vão evoluir bastante. Infelizmente ele vai agregar muito para a seleção francesa."