Por thiago.antunes

Rio - O fim de semana de milhares de cariocas e fluminenses promete ser na fila da vacina contra a febre amarela. Na Cidade do Rio, as 34 unidades de Atenção à Saúde Básica que possuem o imunizante vão funcionar das 8h ao meio-dia, com prioridade para quem vai viajar para áreas de risco. Em vários municípios do estado, a imunização ocorre hoje e amanhã.

Em Casimiro de Abreu, onde foram confirmados os dois primeiros casos da doença, um deles com morte, e mais seis suspeitos, o hospital de campanha montado na praça principal funcionará até as 17h de hoje. Depois, a vacinação volta a ser nos postos, de acordo com a demanda.

Em Macaé, a vacinação acontece 24 horas em seis unidades de saúde hoje e amanhã. Em outras quatro unidades, três delas na região serrana do município, vizinha a Casimiro, o serviço vai das 8 às 14h.

Filas se formaram já de madrugada em posto de Botafogo. As 34 unidades que oferecem a vacina no Rio abrem hoje%2C de 8 às 16hSeverino Silva / Agência O Dia

Em Campos dos Goytacazes, a confirmação da morte de dois macacos com febre amarela levou a prefeitura a antecipar para hoje e amanhã a vacinação em massa, que estava prevista para a próxima segunda-feira. Seis postos de vacinação vão funcionar das 8 às 16h. A Vigilância em Saúde retornará hoje à localidade de Rio Preto, onde os macacos foram encontrados mortos dia 3, para vacinar quem ainda não recebeu a dose.

Outro macaco morto com febre amarela foi confirmado em São Sebastião do Alto, na Região Serrana. Por conta disso, os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Paty do Alferes, Areal e Engenheiro Paulo de Frontin também entraram no “cinturão epidemiológico”.

Em Petrópolis, a vacinação acontece hoje e amanhã, em duas unidades. Já Guapimirim e Magé, na Região Metropolitana, também foram incluídas no mapa de bloqueio vacinal. Paraíba do Sul e Três Rios, que antes só vacinavam quem ia para áreas de risco, passarão a imunizar toda a população.

Ontem, no Centro Municipal de Saúde Dom Helder Câmara, em Botafogo, as filas começaram a se formar de madrugada. A unidade distribuiu 180 senhas. A advogada Claudia Freitas, de 44 anos, chegou às 6h para garantir a sua imunização e a da filha de sete anos e foi atendida por volta das 10h. “Faltei ao trabalho e abri mão de levar minha filha para a escola por uma questão de segurança”, disse.

A enteada de Watila Santos, de 38 anos, que morreu no sábado com a doença, foi transferida ontem de Casimiro para o Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo. A menina, de 9 anos, está com sintomas da febre amarela, mas o caso não foi confirmado. Seus irmãos, de 13, 8 e 6 anos, permanecem internados em Casimiro.

As quatro crianças chegaram ao hospital com febre, dor de cabeça e dor abdominal. Duas delas tiveram diagnóstico inicial positivo para dengue. A mãe, Mariane, internada segunda-feira, dia seguinte ao enterro do marido, acompanha a filha em São Gonçalo. Em Campos, uma jovem de 18 anos, internada com sintomas da doença, teve alta ontem de manhã.

Já falta vacina em clínicas particulares da cidade

Na rede privada já falta vacina contra a febre amarela. O DIA ligou para várias clínicas no Rio e em todas foi informado que falta o imunizante e não há previsão para chegar. A dose custa em média R$ 180.

Em alguns estabelecimentos já existe até fila de espera e os interessados podem deixar nome e telefone para contato, para serem avisados quando o estoque da vacina for reposto. Já em outros, a procura tem sido tanta que não estão nem cadastrando pacientes. A explicação é que não vão dar conta de avisar a todos os interessados quando a vacina chegar.

Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que a falta de vacinas nas clínicas privadas é causada por um aumento mundial na demanda. A vacina oferecida nas clínicas privadas é produzida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. “O perfil de segurança e de eficácia é o mesmo (da produzida pela Bio-Manguinhos para a rede pública de saúde do país). As duas vacinas são semelhantes”, garante. 

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Bio-Manguinhos) informou que a produção média da vacina é de 4 milhões de doses por mês, mas esse número subiu para 9 milhões de janeiro para fevereiro. Até o final deste mês, a expectativa é ter entregue um total de 30 milhões de vacinas.

A Anvisa alerta que após se vacinar contra a febre amarela não é possível doar sangue por 30 dias. Diante disso o Hemorio pede que as pessoas doem sangue antes de se vacinar. “Essas quatro semanas são necessárias para que o organismo crie anticorpos contra o vírus da febre amarela. Antes desse período, o sangue não é seguro para ser transfundido. Por isso, é de extrema importância que as pessoas doem sangue antes de serem vacinadas”, explica o diretor geral do Hemorio, Luiz Amorim.

Já falta vacina em clínicas particulares da cidade

Na rede privada já falta vacina contra a febre amarela. O DIA ligou para várias clínicas no Rio e em todas foi informado que falta o imunizante e não há previsão para chegar. A dose custa em média R$ 180.

Em alguns estabelecimentos já existe até fila de espera e os interessados podem deixar nome e telefone para contato, para serem avisados quando o estoque da vacina for reposto. Já em outros, a procura tem sido tanta que não estão nem cadastrando pacientes. A explicação é que não vão dar conta de avisar a todos os interessados quando a vacina chegar.

Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que a falta de vacinas nas clínicas privadas é causada por um aumento mundial na demanda. A vacina oferecida nas clínicas privadas é produzida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. “O perfil de segurança e de eficácia é o mesmo (da produzida pela Bio-Manguinhos para a rede pública de saúde do país). As duas vacinas são semelhantes”, garante.

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Bio-Manguinhos) informou que a produção média da vacina é de 4 milhões de doses por mês, mas esse número subiu para 9 milhões de janeiro para fevereiro. Até o final deste mês, a expectativa é ter entregue um total de 30 milhões de vacinas.

A Anvisa alerta que após se vacinar contra a febre amarela não é possível doar sangue por 30 dias. Diante disso o Hemorio pede que as pessoas doem sangue antes de se vacinar. “Essas quatro semanas são necessárias para que o organismo crie anticorpos contra o vírus da febre amarela. Antes desse período, o sangue não é seguro para ser transfundido. Por isso, é de extrema importância que as pessoas doem sangue antes de serem vacinadas”, explica o diretor geral do Hemorio, Luiz Amorim.

Reforço de 3,5 milhões de doses

O Brasil vai receber reforço de 3.504.607 de doses da vacina contra a febre amarela. O envio do Grupo de Coordenação Internacional (GCI) para o Fornecimento de Vacinas atende a pedido do Ministério da Saúde para reforçar os estoques nacionais e chega ao Rio na próxima semana.

As doses chegarão à Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Insumos, no Rio, e depois serão repassadas às áreas priorizadas. O GCI é formado por quatro organismos internacionais: Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteiras e Unicef .

Segundo a Opas/OMS, há uma avaliação em andamento sobre quais novas áreas deverão ser incluídas na recomendação de vacinação contra a febre amarela para viajantes internacionais, e o Rio é uma das possibilidades.

No dia 3 o Espírito Santo foi incluído como área recomendada. A OMS não chega a solicitar que turistas evitem o Brasil por conta da doença, mas monitora a situação e segue avaliando os riscos. Em fevereiro, o Consulado dos Estados Unidos no Rio divulgou nota recomendando que turistas estrangeiros estejam com a vacina em dia antes de vir para o Brasil.

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