Rio - Pacientes e funcionários da Saúde fizeram uma caminhada, nesta terça-feira, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, em protesto contra o possível fechamento das Clínicas da Família, dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e outros centros de atendimento. Durante a manifestação, pessoas seguravam cartazes e gritavam palavras de ordem cobrando soluções para situações como falta de medicamentos, de médicos e atrasos de salário.
O prefeito Marcelo Crivella esteve nesta terça com representantes das 9 OSs responsáveis pelas unidades de saúde e prometeu estudar a viabilidade do repasse e pagamento dos salários atrasados nos próximos dias, assim que receber o levantamento das organizações..
A restauradora patrimonial da UFRJ Rejane Alves, 47 anos, sofre de esquizofrenia e vai todos os dias à clínica do Alemão, onde almoça e faz os tratamentos. Ela revela que os funcionários tiram dinheiro do próprio bolso para ajudar os pacientes e que há cortes de energia elétrica. "O remédio que eu tomava está em falta. Também preciso coletar sangue mensalmente, mas há mais de um mês nenhum funcionário está indo em minha casa para fazer o procedimento".
A dona de casa Azenir Oliveira, 44, tem um abcesso no rosto, mas não consegue ser atendida na unidade. "Nunca tem remédio e muita gente não tem atendimento porque os médicos ficam sobrecarregados".
Além das clínicas, postos e UPAs, geridas pelas OSs, a crise da saúde também é grave nos hospitais. O Rocha Faria, em Campo Grande, chegou a atender só casos graves no fim de semana por conta da falta de insumos e funcionários.
Reportagem do estagiário Gustavo Côrtes, sob supervisão de Angélica Fernandes