Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann - Wilson Dias / Agência Brasil
Ministro da Segurança Pública, Raul JungmannWilson Dias / Agência Brasil
Por O Dia

Rio - As investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes apontam que autoridades do Rio de Janeiro estariam entre os mandantes do crime. A afirmação foi feita pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, em entrevista na Rádio Eldorado nesta terça, na qual falou sobre a demora da conclusão do caso.

Segundo Jungmann, entre os fatores que dificultam as investigações estão o fato de o crime ter sido executado por profissionais, e de não terem encontrado a razão do assassinato, já que Marielle não representaria ameaça pessoal. "Isso complica, como também a percepção de que o círculo dos envolvidos é maior do que se pensava anteriormente, apontando para a participação, no caso dos mandantes, de autoridades do Rio de Janeiro. Então, todo esse quadro torna mais difícil e mais necessária a construção de provas robustas para poder indicar e apresentar a denúncia contra executores e mandantes", afirmou Jungmann.

Segundo Jungmann, as investigações continuam apontando a participação de milícias e a fase atual da investigação tem como foco a construção de provas contra os suspeitos de participação no crime. "Eu diria que as equipes que lá investigam sabem até quem seriam os prováveis mandantes e assassinos, eles têm essa percepção. O que eles hoje estariam focados é na construção das provas para apresentar as denúncias", enfatizou.

O vereador Marcello Siciliano (PHS) foi apontado por uma testemunha como um dos responsáveis pelo assassinato de Marielle, assim como o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, que estava preso desde outubro e foi transferido na manhã de ontem para a penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte. "Ele (Curicica) está preso por porte de arma, essa é a razão da transferência? Os jornais falam em 'envolvimento com o caso Marielle', ora, ele não foi nem indiciado por isso", reclamou o advogado de Curicica, Renato Darlan. Siciliano e Curicica negam qualquer envolvimento na morte de Marielle e que tenham se encontrado em um restaurante da Barra da Tijuca para tramar o assassinato da vereadora, como afirmou a testemunha.

Outro político que prestou depoimento no caso Marielle foi Domingos Brazão, conselheiro afastado do TCE e ex-deputado e ex-vereador. A polícia queria saber se ele estaria por trás das denúncias contra Siciliano.

Preso na Zona Oeste

Também ontem foi preso pela Delegacia de Homicídios do Rio (DH) Ruy Ribeiro Bastos, de 39 anos, suspeito de ter matado, Carlos Alexandre Pereira Maria, conhecido como "Cabeça", então colaborador do vereador Marcello Siciliano. O crime ocorreu em um bar no dia 8 de abril, no bairro da Boiúna, em Jacarepaguá. Os agentes da DH chegaram até o acusado através de informações passadas pelo aplicativo do Whatsapp dos Procurados (21) 98849-6099. Os agentes ainda não sabem se há ligação entre os assassinatos de Cabeça e da vereadora Marielle Franco.

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