Procurados não foram encontrados em operação da Polícia Civil e do Ministério Público desta segunda - Divulgação / Disque Denúncia
Procurados não foram encontrados em operação da Polícia Civil e do Ministério Público desta segundaDivulgação / Disque Denúncia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio -  A Polícia Civil divulgou na tarde desta terça-feira o cartaz com a foto de cinco suspeitos de estarem envolvidos na prática do jogo do bicho em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. Ontem, a Corregedoria Interna da Polícia Civil e o Ministério Público do Rio deflagraram a Operação Saigon, contra a prática do jogo do bicho naquele município. Durante a ação, 17 pessoas foram presas, entre elas dois policiais civis e seis militares. No entanto, Marcelo da Silva Coutinho; Renato de Freitas Lemgruber; Ulisses Peixoto da Costa; Patrick Rangel Luna da Silva e Ilzimar dos Santos — que fazem parte da quadrilha — não foram encontrados e já são considerados foragidos da Justiça.

O objetivo da operação era cumprir 23 mandados de prisão preventiva e 57 de busca e apreensão contra a família de Renee Coutinho, que era a matriarca do bicho na cidade e morreu durante as investigações. Entre os 17 presos, os policiais conseguiram pegar os dois suspeitos de chefiar a quadrilha, os irmãos Luis Anderson e Alexandre de Azeredo Coutinho. De acordo com a polícia, eles tinham um lucro mensal bruto de R$ 10 milhões em 300 pontos de apostas.

Durante a investigação, que durou quatro anos, os agentes descobriram que o bando criou uma empresa falsa para garantir planos de saúde e odontológico para seus “colaboradores”. Segundo o MP, a Ceak Assessoria Empresarial, registrada em nome do policial civil aposentado Allan Kardec, que também era investigado e que foi preso em sua casa, dava direitos à planos de saúde que podiam chegar a R$ 4 mil por mês. Os beneficiários tinham direito até a quarto privativo caso precisassem ficar internados.

A Polícia Civil afirmou que, os policiais civis e militares, que deveriam coibir e estavam envolvidos no esquema, recebiam até R$ 7 mil por mês para garantir o funcionamento do jogo do bicho.

Escutas realizadas com autorização da Justiça mostraram como o grupo agia para controlar os pontos. Em uma delas, Renato Lemgruber, que está foragido e é apontado como gerente da quadrilha, ameaça policiais que recebiam propina do esquema. “Pede para eles não entrar. Eles são fechador. Eles são PM, eles são polícia. Eles podem ser o car**. Não entra no meu caminho que não vou respeitar eles, hein! Eu tô avisando, hein? Vai ficar ruim, Mazinha. Só tô avisando”, disse Lemgruber em um trecho da conversa. “Pede para não se meter no meu negócio. Eu não sou ladrão. Ladrão são eles que extorquem os outros aí ô. Não sou eu não. Ladrão são eles”, completou.

O corregedor da Polícia Civil, o delegado Gilson Emiliano Soares foi taxativo nesta terça-feira. “Vamos combater essas duas formas de corrupção, bingo e prostituição, policial. Essa forma de corrupção é antiga. Demos um duro golpe nessas práticas. Não se trata aqui de cortar a própria carne, pois a minha carne não é podre. Infelizmente, alguns policiais se envolvem em práticas ilícitas e isso contamina a corporação. Com o material de ontem vamos identificar os corruptos e os corruptores e vamos puní-los”, afirmou.

Quem tiver informações sobre os suspeitos, a Corregedoria da Polícia Civil pede que liguem para o Disque-Denúncia através do número: (21) 2253-1177. O anonimato é garantido. 

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