Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) condenou o ex-policial militar Márcio José Watterlor Alves pelo assassinato de Haíssa Vargas Motta, então com 22 anos, em Nilópolis, em agosto de 2014. Na ocasião, a jovem voltava em um HB20 de uma festa com amigos, no município da Baixada Fluminense, e ao cruzar com uma viatura da PM, o veículo foi confundido como sendo de criminosos e foi alvejado por 10 tiros. Um deles acertou Haíssa nas costas.
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Além do homicídio qualificado da jovem (quando não há chance de defesa), o ex-soldado também foi condenado por tentativa de homicídio contra os quatro outros ocupantes do automóvel. A pena total é de 21 anos e quatro meses de prisão, após julgamento no Tribunal do Júri de Nilópolis.
"Seria suficiente para o reconhecimento da qualificadora a ocorrência de um único disparo, eis que, como visto, efetuado por trás, sem que os ocupantes do automóvel tivessem a menor ciência de que estavam sendo alvejados, o que não permitiu sequer que esses se abaixassem ou tentassem se proteger de alguma forma. Entretanto, como dito, foram efetuados 10 (dez) tiros, o que decerto extrapola o razoável, notadamente por se tratarem de disparos de fuzil, que possui elevado poder lesivo e denota circunstância peculiar do crime", o juiz Alberto Fraga destacou, ao ler a sentença.
Márcio Watterlor estava acompanhado do cabo Delviro Anderson Ferreira, que dirigia o carro. Ele não foi a julgamento, porque não fez nenhum disparo e não induziu o colega a atirar. O cabo ainda segue na Polícia Militar.
Imagens
O crime contra Haíssa foi gravado por câmeras de segurança da viatura. As imagens mostram o então soldado Watterlor se debruçando sobre a janela do veículo em que está e atirando contra o outro carro (assista mais abaixo). Só depois ele deu ordem de parada aos ocupantes do automóvel suspeito.
Ao descer da viatura, os policias ouviram um pedido de socorro. Duas amigas foram no carro da PM, que acompanhou o outro, até uma UPA da região para socorrer Haíssa.