Crivella: com a Lava Jato, o Rio perdeu 500 mil postos de trabalho - Sergio Marques
Crivella: com a Lava Jato, o Rio perdeu 500 mil postos de trabalhoSergio Marques
Por O Dia

Rio - O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, reconheceu que as equipes de Conservação, da Comlurb e da Rio Águas demoraram a chegar aos locais mais atingidos pela chuva. Ele disse que este protocolo também será revisto. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal da RJTV da TV Globo. Desde o começo da enxurrada na noite de segunda-feira, cinco mortes foram confirmadas na cidade.

"Tivemos avisos da meteorologia (sobre os locais que seriam mais atingido). As equipes estavam em deslocamento para os bairros mais atingidos na hora do temporal. Agora, vamos manter equipes em pontos estratégicos desde a manhã", anunciou.  

Crivella argumentou que o horário do temporal, às 18 horas, agravou o transtorno, já que, explicou, é o horário que os prédios e casas deixam lixos na rua para serem recolhidos pela Comlurb. Ele disse que há cerca de 10 mil pessoas nas ruas da cidade trabalhando para reduzir os estragos do temporal, dentre agentes da Comlurb, Rio-Águas, Rioluz, CET-Rio, Secretaria Municipal de Conservação e outros. 

O prefeito disse que ainda não sabe como será o funcionamento das escolas municipais na quarta-feira. "Se a meteorologia acertar, e esperamos que acertem, vamos ter condição de voltar a funcionar amanhã. A previsão é que a chuva diminua", disse.

Redução em investimentos

O prefeito negou que sua gestão reduziu recursos para investimentos em obras de prevenção às chuvas e conservação na cidade. Dados levantados pela vereadora Teresa Bergher (PSDB) mostram que os gastos do governo Crivella em ações de prevenção a enchentes foi 71% menor do que os do governo anterior. A Câmara Municipal do Rio disse que vai convocar o prefeito a depor na CPI das Enchentes, presidida pelo vereador Tarcísio Motta (PSOL).

Ele disse que não faltam recursos para prevenção de desastres provocados pelas chuvas e anunciou a inauguração de uma obra de R$ 300 milhões para desvio do Rio Joana, na região da Grande Tijuca. O túnel, disse, vai desaguar na Baía de Guanabara. 

Crivella também reclamou de dívidas, que segundo ele, foram deixadas pela gestão anterior. Ele disse que as equipes de conservação e drenagem de ralos e bueiros serão triplicadas. O prefeito disse que o aumento de equipes começa este ano e será concluída até o fim de 2020. 

"O túnel que fiz na minha gestão, que leva o Rio Joana por baixo do Maracanã, da Mangueira, da Avenida Brasil e do metrô, e vai desaguar na Baía de Guanabara, eu vou inaugurar na sexta-feira. São R$ 300 milhões. É um investimento enorme. No global, estamos investindo muito; mais até do que foi investido antes do meu governo. Durante esta semana, estive reunido com as seis empresas que fazem drenagem e conservação da cidade. Havia uma dívida da época do Eduardo Paes, em torno de R$ 27 milhões, que em sindicância estamos certificando. Nessa reunião determinamos que vamos triplicar este ano e no ano que vem as equipes de conservação e de drenagem", declarou. 

O prefeito informou ainda que 15 Vac-alls (caminhões de drenagem de água) e 20 reboques estão atuando na limpeza de pontos críticos da Zona Sul, da Barra da Tijuca e também na Avenida Brasil. 

Crivella também se queixou de que a Cedae joga esgoto na nossa rede pluvial, o que faz com que ela se rompa. Por meio de nota, a Cedae contestou a afirmação do prefeito.

"A Cedae rechaça com veemência as declarações inverídicas do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que tenta responsabilizar a companhia pelo caos provocado pelas chuvas que atingiram a Região Metropolitana do Rio. As redes de abastecimento de água e de coleta de esgoto da Cedae não têm nenhuma relação com o sistema de drenagem de águas das chuvas, que são de competência exclusiva dos municípios, como todas as prefeituras sabem. Portanto, não é verdade que a Cedae "joga esgoto" na rede de águas pluviais do Rio, como tem declarado o prefeito Crivella à imprensa", informou a companhia.

 

Após mortes na Babilônia, Crivella vai rever, de novo, índice de chuvas para acionar sirenes

Em entrevista coletiva de manhã, o prefeito Marcelo Crivella disse que o índice pluviométrico mínimo para o acionamento de sirenes em comunidade vai ser revisto — de novo— após as duas mortes no Morro da Babilônia, no Leme, na noite de ontem. As sirenes da comunidades não tocaram e o prefeito alegou que as chuvas na região "não alcançaram índices consideráveis". É a segunda revisão em menos de dois meses.

A região da Babilônia registrou 39 milímetros em uma hora, abaixo dos 45 milímetros necessários para o acionamento das sirenes. "Vamos estudar, nesses lugares críticos, diminuir ainda mais o índice pluviométrico, para tentar remediar problemas", falou.

Em fevereiro, uma semana após o forte temporal que causou sete mortes, a prefeitura do Rio já havia anunciado a redução dos índices pluviométricos para o acionamento nas sirenes nas comunidades da cidade. Na época, o valor era de 55 milímetros por hora e foi reduzido para 45mm/h.

O prefeito Crivella também anunciou que pretende negociar com o Jockey Club, na Gávea, o espaço para a construção de galerias pluviométricas na região do Jardim Botânico, sempre bastante castigada pelas chuvas.

Crivella também culpou a "histórica" falta de investimentos na cidade e de auxílio do Governo Federal. "Nossas parcerias com o governo federal, nesse primeiro ano de governo Bolsonaro, praticamente pararam", discursou, afirmando que contratos que foram assinados no ano passado, na gestão de Michel Temer, dependem de autorização do atual governo para serem colocados em prática.

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