Investigações do caso são comandadas pela 16ª DP - Luciano Belford / Agência O Dia
Investigações do caso são comandadas pela 16ª DPLuciano Belford / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - A Polícia Civil investiga se edifícios em outras áreas da cidade e também em estados do Nordeste, como Pernambuco e Paraíba, foram construídos pelos milicianos liderados pelo major da PM Ronald Paulo Alves Pereira. A milícia comandada pelo militar, preso no início do ano na operação Os Intocáveis, é responsável pela construção dos prédios que desabaram na Muzema, no dia 12 de março. A tragédia provocou a morte de 24 pessoas e deixou outras sete feridas.

De acordo com as investigações, José Bezerra de Lima, conhecido como Zé do Rolo, Renato Siqueira Ribeiro e Rafael Gomes da Costa, que estão sendo procurados por serem os responsáveis pelos imóveis que caíram na comunidade da Zona Oeste do Rio, também estariam envolvidos na construção e venda de outros empreendimentos fora da Muzema.

O DIA apurou que HDs de suspeitos de pertencerem à quadrilha foram periciados e os investigadores encontraram informações importantes que culminou na operação realizada nesta quinta-feira. Foi nesses equipamentos que os agentes souberam que o grupo paramilitar estaria construindo empreendimentos fora da Muzema.

O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira - Severino Silva / Agência O Dia

A operação de hoje é feita por gentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) para o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo. A ideia é também saber se há participação de outras pessoas que tentam atrapalhar as investigações.

"Hoje, estamos cumprindo vários mandados de busca e apreensão e estamos apurando vários locais onde poderiam estar os foragidos. Na associação de moradores encontramos vários papeis e apreendemos computadores, mídias e tudo que achamos que interessa na investigação", conta a titular da 16ª DP, a delegada Adriana Belém.

Várias pessoas já prestaram depoimento na delegacia. Só na semana passada, foram ouvidas cerca de 10, dentre elas, vítimas, moradores e presidentes de associações.

"Ao todo, aproximadamente 30 pessoas foram à delegacia. As investigações seguem e estamos em contato permanente com a Draco e delegacias de outros estados. Vamos continuar nas investigações até que todos os envolvidos sejam presos", a delegada acrescenta.

Zé do Rolo, Renato Siqueira Ribeiro e Rafael Gomes da Costa - Arquivo Pessoal

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