A partir daí, o agente se tornou uma espécie de braço direito, responsável por matar qualquer pessoa que entrasse no caminho de Orlando Curicica e de ser segurança particular do miliciano. "Não há uma data precisa da reunião, convite ou cooptação do Ferreirinha. Os indícios apontam que ele atuava do lado do bem e em determinado momento ele passou a atuar do lado do mau. Não há informações precisas de datas", disse o delegado Daniel Rosa, titular da DH-Capital.
Em 2007, com a morte dos PMs Rodrigo Severo Gonçalves e José Ricardo da Silva, em um sítio de Curicica em Guapimirim, na Região Metropolitana, a amizade entre Curicica e Ferreirinha degringolou.
"A partir daí, a ganância pelo lucro e pela prática criminosa levou o racha na quadrilha", completou Rosa.
A briga entre Curicica e Ferreirinha começou após o segundo sargento sair do grupo e ocupar uma região da Zona Oeste, sozinho, sem interferência de Curicica.
Entretanto, a gota d’água entre Curicica e Ferreirinha foi no ano passado quando o PM foi a Polícia Federal dizer que Orlando e o vereador Marcelo Siciliano eram os responsáveis pela morte da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes. Os dois negam.
Ferreirinha então passou a receber ameaças de morte de Orlando Curicica.
Após a prisão do grupo ligado ao miliciano Orlando de Curicica, a Polícia Militar começou a monitorar com dados de inteligência as possíveis articulações do tráfico de drogas para tomar os locais comandos pela milícia, em Jacarepaguá.
"A ação de hoje terá um impacto na Praça Seca na disputa de território. Entretanto, neste momento temos a estabilização do terreno e a desarticulação dessa quadrilha. A inteligência da polícia está atuando para monitorar se traficantes tentaram tomar o reduto do Orlando", disse o tenente-coronel Maurílio Nunes da Conceição, comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que ajudou na ação desta sexta-feira.