Cedae - Tomaz Silva/Agência Brasil
CedaeTomaz Silva/Agência Brasil
Por O Dia
Rio - A Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj (Cosan) enviou um ofício, nesta quinta-feira, solicitando a apuração de responsabilidade técnica sobre a manutenção e a possível contaminação da rede de abastecimento do Sistema Guandu da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Uma reportagem do DIA mostrou que moradores de diversos bairros do Rio e da Baixada Fluminense voltaram a reclamar da qualidade da água oferecida pela Cedae. As reclamações acontecem um ano após a crise hídrica causada pela proliferação de um composto orgânico produzido por micro-organismos por causa da presença de esgoto na água.
No documento, o Presidente da Cosan, o deputado estadual Gustavo Schmidt também solicita cópia integral dos laudos de qualidade das águas relativos ao mês de janeiro, para que, se for o caso, outras providências possam ser tomadas.
Publicidade
O motorista José Amorim, de 54 anos, diz que percebeu o gosto e cheiro ruins nesta quarta-feira (20). "Minha esposa já tinha relatado sobre a qualidade da água, mas eu estava sem paladar e olfato por conta da covid-19. Ela e a minha filha, inclusive, começaram a passar mal, eu achei que era exagero. Mas, ontem, eu notei que estava com outro sabor e cheiro", comenta o morador de São Cristóvão, na Zona Norte.
Por conta da qualidade da água, José vai voltar a comprar galão de água para a casa. "É mais uma despesa. Eu gasto quatro galões por semana e isso dá um custo a mais de R$ 40", conta o motorista. "Eu me sinto enojado com essas autoridades, que entram para administrar, e não mudam nada. Eles continuam mandando esgoto pra gente", completa.
Publicidade
O guarda municipal Jorge Barroso, 45 anos, é subsíndico de um prédio de nove apartamentos no Zumbi, Ilha do Governador, e reclama da qualidade da água no condomínio. “Minha esposa, Carla, começou a sentir gosto no último sábado. É um gosto de terra e um cheiro muito esquisito. E olha que aqui no prédio nós temos um filtro que já faz um primeiro tratamento, mas nem isso adianta".
"Eu tenho esposa e três filhas, uma delas de quatro anos, que ainda toma mamadeira. Não tem condições de dar essa água com gosto de sujeira para ela", completa Barroso, que estima um prejuízo nos próximos dias com a compra de galões d’água.
Publicidade
Procurada, a Cedae ainda não comentou o caso. A Defensoria Pública informou que o Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) está acompanhando a situação e vai analisar o que pode ser feito. Mas sem previsão.