Arquivo O DIA: Confronto entre policiais e bandidos deixou 13 mortos nos morros Fallet, Fogueteiro e Prazeres
Arquivo O DIA: Confronto entre policiais e bandidos deixou 13 mortos nos morros Fallet, Fogueteiro e PrazeresMarcio Mercante / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu o arquivamento do inquérito criminal que apura a conduta de policiais militares em uma operação que terminou com 13 mortes na comunidade da Fallet-Fogueteiro, em Santa Teresa, na área Central do Rio, em 8 de fevereiro de 2019. Das trezes pessoas, nove estavam em um mesmo imóvel.
Segundo o MPRJ, a 3ª Promotoria de Justiça Especializada promoveu o arquivamento perante o Tribunal de Justiça porque, "após a oitiva de todas as testemunhas e a juntada de todas as peças técnicas, restou evidenciado que houve um confronto armado entre policiais e criminosos".
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"Ao final, a única versão que se apresenta é que os policiais agiram acobertados por excludente de ilicitude, não existindo elementos que apontem para outra versão", informaram em nota.
Na época, a Polícia Militar informou que todos os 13 mortos eram traficantes. Moradores contestaram a versão da polícia. Eles alegaram que cerca de 10 pessoas foram rendidas pela PM em uma casa e, mesmo após se entregarem, parte delas teria sido morta pelos policiais. 
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Na época, os policiais envolvidos no confronto foram ouvidos na Delegacia de Homicídios (DH) da Capital e as armas dos PMs foram recolhidas e encaminhadas para a perícia.
Relembre o caso
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Na época, a Polícia Militar informou que, a partir de denúncias e informações do Setor de Inteligência, policiais foram realizar um vasculhamento em alguns pontos da comunidade do Fallet, no dia 8 de fevereiro de 2019. Policiais do BPChq foram recebidos a tiros e houve confronto. Após cessarem os disparos, dez criminosos feridos foram encontrados em vias da comunidade e foram socorridos para o Hospital Municipal Souza Aguiar (HMSA).

No entanto, a versão é contestada por moradores. Eles alegam que cerca de 10 pessoas foram rendidas pela PM em uma casa e, mesmo após se entregar, parte delas teria sido morta pelos policiais. Uma prima de Robson da Silva Pereira, um dos mortos na casa, disse que os PMs não aceitaram a rendição e entraram no imóvel já atirando. "A gente pediu para não fazerem isso, mas os policiais não atenderam. Eles entraram na casa e mataram os rapazes, inclusive meu primo, que não tinha envolvimento com o tráfico".

A mãe de outro condenou a ação dos policiais. "Eles não podem agir assim. Eles se renderam, não havia motivo para matar. A polícia serve para proteger as pessoas e não matar, como fizeram como meu filho", desabafou.

Álvaro Quintão, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem de Advogados do Brasil (OAB-RJ), diz que a comissão está ouvindo as famílias e os moradores. Ele conta que ouviu diversos relatos parecidos, que pessoas estavam encurraladas e se entregando no momento em que foram abatidas pelos policiais.
Anistia internacional
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A Anistia Internacional também se manifestou sobre o caso e cobrou rigor nas investigação das 13 mortes ocorridas durante operação policial. De acordo com a entidade, "a Polícia Militar alega que foi recebida a tiros ao entrar na região e que as mortes foram resultados de confronto. Entretanto, é apenas através de investigação imediata detalhada, imparcial e independente, que é possível determinar a circunstância exata de cada uma dessas mortes”.

A Anistia adverte que "o Estado do Rio de Janeiro tem um histórico de altos números de homicídios decorrentes de intervenção policial e os números aumentam a cada ano" e que os casos não são investigados e ninguém é responsabilizado.

A Anistia Internacional cobrou rigor nas investigação das 13 mortes ocorridas durante operação policial na comunidade do Fallet, na Região Central do Rio, na última sexta-feira. Ela cobrou a apuração imediata tanto da Polícia Civil quanto do Ministério Público do Rio (MPRJ). A DH-Capital investiga a possível execução da maioria das vítimas em uma casa, após estarem rendidos.  

De acordo com a entidade, "a Polícia Militar alega que foi recebida a tiros ao entrar na região e que as mortes foram resultados de confronto. Entretanto, é apenas através de investigação imediata detalhada, imparcial e independente, que é possível determinar a circunstância exata de cada uma dessas mortes”.

A Anistia adverte que "o Estado do Rio de Janeiro tem um histórico de altos números de homicídios decorrentes de intervenção policial e os números aumentam a cada ano" e que os casos não são investigados e ninguém é responsabilizado.

Policiais militares tiveram armas apreendidas

Os policiais militares envolvidos no confronto foram ouvidos na Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, que investiga o caso. De acordo com a especializada, as armas dos PMs foram recolhidas e encaminhadas para a perícia.

A ação da PM nos morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro e dos Prazeres, Catumbi contou com policiais dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e do Choque (BPChq). De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, treze homens deram entrada já mortos no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. Na sexta-feira, um outro ferido estava internado na unidade.

Moradores contestaram a versão da corporação de houve confronto e que mortos foram encontrados caídos em vias da comunidade. Familiares alegam que cerca de 10 pessoas foram rendidas pela PM em uma casa e, mesmo após se entregar, parte delas teria sido morta pelos policiais.

Uma prima de Robson da Silva Pereira, um dos mortos na casa, disse que os PMs não aceitaram a rendição e entraram no imóvel já atirando. "A gente pediu para não fazerem isso, mas os policiais não atenderam. Eles entraram na casa e mataram os rapazes, inclusive meu primo, que não tinha envolvimento com o tráfico".

A mãe de outro condenou a ação dos policiais. "Eles não podem agir assim. Eles se renderam, não havia motivo para matar. A polícia serve para proteger as pessoas e não matar, como fizeram como meu filho", desabafou.

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