Barqueata chama atenção para necessidade de investimentos no saneamento básico da regiãoBaía Viva

Por O Dia
Rio - O Movimento Baía Viva, com o apoio de associações de barqueiros e pescadores, realizou, neste domingo, a segunda barqueata para pedir a retomada das obras de saneamento básico das lagoas do Complexo Lagunar de Jacarepaguá e da Barra da Tijuca. A ausência de investimento no tratamento das águas da região é o principal fator de poluição das lagoas e praias que movimentam a economia do turismo na cidade.
 
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"Todo mundo perde com a paralisação dessas obras. A economia do Rio vem do mar, pescadores estão passando necessidade, pegando peixes pequenos, ninguém quer pegar barco para fazer passeio, temos que mudar o eixo", disse Sérgio Rodrigues, do Movimento Baía Viva.
Esta é a segunda barqueata na região. A primeira, realizada em maio de 2018, resultou em diversas audiências públicas e reuniões técnicas convocadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e Estadual (MPRJ) com presença de representantes da Cedae, Fundação Rio Águas, Instituto Estadual do Ambiente (INEA), universidades, associações de moradores e dos ecologistas do Baía Viva. Como resultado dessas negociações, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público, o órgão ambiental e a Cedae, no valor de R$ 250 para investimentos de saneamento. O projeto, no entanto, não saiu do papel.
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Sérgio explica que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não incluiu o Termo de Ajustamento na privatização da Cedae. O leilão de concessão da estatal teve como vencedor do Bloco 2, que engloba Barra da Tijuca, Jacarepaguá e mais 2 municípios, o consórcio Igá com um investimento de R$7,286 bilhões. A empresa era responsável por iniciar estudos e adaptar técnicas de saneamento nas lagoas da região, agora ecologistas e moradores estão preocupadas que as intervenções não sejam realizadas.
Rodrigues explica que o que se vê hoje nas lagoas é um retrato de abandono. "Vimos dezenas de sofás, geladeira, fogão. O jacaré nada dentro da lama, um fedor terrível. Toda aquela área sofre com isso. O solo da Muzema, de Rio das Pedras e até aqueles prédios de rico podem cair porque foram construídos em zonas aterradas, onde eram lagoas. Precisa haver um monitoramento", explica. Segundo ele, o objetivo é que as universidades analisem técnicas de monitoramento de recursos hídricos e de melhorias a serem implantadas.
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Entre os benefícios esperados pelas intervenções e obras de saneamento que estão planejadas destaca-se: a recuperação ambiental das lagoas, a melhoria das condições de via, resgate de usos de lazer e da prática de esportes, a conservação de espécies de animais e da avifauna e a melhoria da balneabilidade das praias da Barra da Tijuca.