Sepultamento aconteceu no Cemitério São Francisco Xavier, no CajuRobson Moreira/Agência O DIA

Rio - André da Silva Ramos, uma das vítimas fatais do ataque a tiros em Vigário Geral, na noite de segunda-feira (12), foi sepultado na tarde desta quarta-feira no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Norte do Rio. O crime aconteceu por volta das 22h, em um bar movimentado do bairro. Fábio Damon Fragoso da Silva, de 46 anos, teria discutido com pessoas que estavam no local e atirado contra elas com uma pistola.
Vídeos que circulam nas redes mostram Fábio gritando que foi vítima de "trairagem". Pessoas ao redor afirmaram aos policiais que "o homem surtou". Além de André, Anderson Pinto Lourenço e Délcio Fernando Gonçalves não resistiram aos ferimentos.
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Durante o ataque, Fábio ainda trocou tiros com os policiais militares que foram ao local. Uma viatura chegou a ser atingida, mas nenhum PM ficou ferido. O atirador foi baleado e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde está sob custódia. Outros três feridos também estão na unidade.
Antônio Pereira de Souza, de 62 anos, apresentava quadro clínico estável, mas evoluiu para grave entre terça e quarta-feira. O atirador Fábio Damon, 46, baleado na perna, também se encontrava estável e passou para grave. Wilson Lima Fraga, de 58 anos, e Lucas Ferreira de Souza Alves, de 25, baleado na barriga, já apresentavam estado de saúde grave e permanecem sob observação.
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Uma vizinha contou ao DIA que viu Fábio Damon atirar pelo menos dez vezes. "Foram mais de 10 tiros de uma vez só, então eu fui até a minha janela e me deparei com aquele louco atirando no bar, matando os dois homens que inclusive bebiam com ele. Estava extremamente alterado", afirmou. "Dois vizinhos apareceram para tentar ajudar a acalmar a situação, mas ele disparou novamente. Pegou no olho e na barriga de um deles. Na hora que ele ia atirar no outro, a arma travou e não tinha mais bala".
Ataque em Vigário Geral pode ter sido motivado por surto psicótico
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O ataque de Fábio Damon Fragoso da Silva contra pessoas em um bar em Vigário Geral pode ter sido motivado por surto psicótico. A Polícia Civil trata um possível estado de desorganização mental como uma das linhas de investigação. Esta é também a versão de moradores e vizinhos que testemunharam o crime na noite de segunda-feira (12).
Na vizinhança da Rua Mauro, Fábio, conhecido pelos apelidos 'Bomba' e 'Bocão', é visto como um homem quieto, mas com um episódio antigo de alteração de humor. "Dizem que tempos atrás ele surtou e saiu andando, foi parar na Avenida Brasil e precisaram segurá-lo", contou uma moradora. "Ele sempre teve problema, mas nada como desse jeito".
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A Polícia Civil investiga se o suposto estado de surto pode ter começado antes de Fábio passar pelo bar. Testemunhas afirmam que não houve qualquer briga ou discussão entre eles, e que o guarda municipal de folga teria se incomodado quando um frequentador perguntou por que ele estava chateado. Fábio foi em casa, buscou uma pistola, apesar de não ter porte de armas, e disparou contra as pessoas que estavam no estabelecimento.