José Adriano de Souza Lima está preso há mais de um mêsArquivo Pessoal

Rio - A família do carioca e motorista de aplicativo, José Adriano de Souza Lima, de 44 anos, está tentando provar sua inocência após ele ter sido preso em Juiz de Fora, Minas Gerais, há mais de um mês, por transportar uma passageira que carregava drogas em uma mochila. 
De acordo com a filha do trabalhador, Lorena Zampolli, de 23 anos, no dia 18 de junho, José, que costuma fazer viagens longas pelo aplicativo 99 (antigo 99Táxis), aceitou uma corrida para Minas Gerais, de uma mulher, que não teve a identificação revelada e, durante o percurso, o veículo em que os dois estavam foi abordado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). 
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Após vasculharem o carro, os policiais encontraram uma mochila com maconha e cocaína e os dois foram encaminhados à delegacia. Depois de prestar depoimento e dizer que era inocente, José foi levado à Penitenciária de Juiz de Fora II - Professor Ariosvaldo Campos Pires, onde permanece preso.
Ainda segundo a filha do motorista, a passageira se manteve calada durante todo o tempo. "Ela se manteve calada durante o depoimento na delegacia, também não falou na audiência de custódia. Ela não fala. Acaba que esse silêncio não inocenta meu pai".
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Lorena ressaltou que a mulher também está presa, porém, em presídio diferente de José. Ela citou ainda que quando o pai foi para a penitenciária, procurou ajuda da 99 mas não está conseguindo suporte algum.
"Não conseguimos o extrato de corridas dele (José) com a 99 porque ela não está colaborando. Ele trabalha como motorista da empresa desde maio de 2019. Eles (99) não foram notificados judicialmente. Quando eu liguei para lá para tentar resolver, me falaram que só liberariam o histórico de corridas mediante a ofício judicial. Até agora esse documento não foi expedido pelo juiz", continua Lorena.
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Ao finalizar, ela diz que a advogada de José irá entrar com uma defesa preliminar. "Estamos juntando testemunhas, provas de que ele é motorista de aplicativo e que ele faz corridas de longa distância. Isso tudo para conseguirmos provar a inocência dele. Tudo na Justiça é muito demorado. Eu não posso ficar de braços cruzados vendo o meu pai passar por tudo o que ele está passando, por toda essa humilhação. Ele está sendo tratado como um bandido".
Procurada pelo DIA, a PRF de Juiz de Fora informou que a ocorrência está a cargo da Polícia Civil da região.
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A reportagem também entrou em contato com a 99, que disse que lamenta profundamente o ocorrido e que está colaborando com as autoridades. Confira a nota na íntegra:
A 99 lamenta profundamente o ocorrido com o motorista parceiro José Adriano de Souza Lima. Assim que tomamos conhecimento, mobilizamos uma equipe que já preparou as informações para serem compartilhadas com as autoridades. No entanto, pela legislação vigente, os aplicativos de mobilidade urbana são impedidos de compartilhar quaisquer dados dos usuários, a não ser mediante pedido oficial da polícia ou da Justiça. Proativamente, entramos em contato com a polícia e aguardamos os trâmites para seguir colaborando. Continuamos a postos para apoiar as investigações no que for necessário para que Lorena Zampolli e sua família possa reencontrar o José Adriano mais breve possível.