Rio - Uma boate na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, conhecida por promover eventos luxuosos na região, realizou uma festa, nesta terça-feira com direito a apresentação do DJ Rennan da Penha e do grupo Caju pra Baixo. Em uma denúncia encaminhada ao Dia, é possível ver o espaço da Vitrinni Lounge Beer lotado e a pista de dança, assim como o camarote com pessoas sem máscara e desrespeitando o decreto de medidas restritivas da prefeitura do Rio.
Uma moradora do bairro explica como os estabelecimentos burlam a fiscalização. Segundo ela, as boates parecem fechadas na parte de fora, mas seguem com funcionamento normal do lado de dentro. "Aqui na Avenida Armando Lombardi se você olhar por fora é uma coisa e por dentro é outra. Parece ter pouca gente, mas na verdade vira um fervo lá dentro, nas fotos dá pra ver. Olha o que estamos vivendo, olha quantas pessoas morreram. Parece que essas pessoas não estão nem aí ", disse.
Uma foto mostra como a boate fica do lado de fora, com uma faixa de interdição e sem pessoas na porta.
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A Secretaria de Ordem Pública (Seop) informou que o espaço já foi fiscalizado em outras ações realizadas para verificação do cumprimento das medidas de restrição ainda vigentes na cidade e informou que irá analisar as imagens em conjunto com o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária para "eventuais autuações posteriores", alegou a pasta.
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O espaço alegou que segue todas as medidas sanitárias para o combate a a covid rigorosamente, "tais como, testagem de temperatura, uso de máscaras pelos funcionários, álcool, sanitização constante de todo o espaço, distanciamento social das mesas, bem como testagem e afastamento de colaboradores com qualquer sintoma, mesmo que leve", disse em nota o espaço. O estabelecimento também afirmou que o combate a covid deve "se dar de forma compartilhada com a sociedade e que "é desproporcional exigir apenas dos empresários, esforço único e suficiente para tal", finalizou.
Já assessoria de Rennan da Penha disse que o DJ diz desconhecer quaisquer denúncias relacionadas ao evento que realizou na última terça-feira, na Barra da Tijuca. Ele alegou que foi pego de surpresa já que o local está funcionando no momento como lounge bar e seguindo todas as medidas sanitárias da Prefeitura.
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Medidas restritivas
As medidas restritivas para conter o avanço da covid-19 foram prorrogadas pela prefeitura até o próximo dia 26 de julho. Boates, danceterias e salões de festa continuam proibidos, assim como a realização de eventos que necessitem de autorização transitória, em áreas públicas e particulares.
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Algumas determinações continuam flexibilizadas, como a permissão de ônibus fretados para entrar na cidade, também não há mais limite de horário para música ao vivo em bares e restaurantes; nesses locais, a distância entre mesas deve ser de 1,5 metro. Nas academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento e condicionamento físico ficam permitidas as aulas em grupos, com a ocupação dos ambientes limitada a um indivíduo a cada quatro metros quadrados.
Confira a nota do Vitrinni Lounge na íntegra
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O restaurante Vitrinni informa que todas as medidas sanitárias para o combate ao COVID são cumpridas rigorosamente, tais como, testagem de temperatura, uso de máscaras pelos funcionários, álcool, sanitização constante de todo o espaço, distanciamento social das mesas, bem como testagem e afastamento de colaboradores com qualquer sintoma, mesmo que leve.
O uso de máscara e distanciamento social são exigidos dos clientes, que nem sempre atendem prontamente.
Eventual momento de maior fluxo de pessoas em um mesmo ambiente da casa, que comporta cinco diferentes ambientes, é meramente circunstancial e constantemente corrigido, não representando a atividade em seu desenvolvimento normal.
Eventuais falhas serão apuradas e corrigidas, visado o bem estar dos consumidores, empregados e do combate à disseminação do vírus.
O combate ao COVID deve se dar de forma compartilhada com a sociedade, devendo estabelecimentos comerciais e consumidores agir de forma comum seguindo as orientações sanitárias, sendo desproporcional exigir apenas dos empresários, esforço único e suficiente para tal.
Prisão anterior
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Em 2019 Rennan da Penha foi preso após ser condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) pelo crime de associação ao tráfico, mesmo sendo absolvido em primeira instância. A defesa alegou a inocência de Rennan da Penha e disse que as provas usadas para incriminá-lo eram insuficientes. O artista foi solto em novembro do mesmo ano após a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que derrubou a possibilidade de prisão em segunda instância, e no habeas corpus concedido ao DJ pelo ministro Rogério Schietti Cruz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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