Participantes da live argumentaram que a aprovação da PEC 135 seria um retrocessoDivulgação - TSE
A live da OAB-RJ, que teve o objetivo de debater a PEC 135, que trata do voto impresso, contou ainda com a participação do advogado eleitoral Eduardo Damian, além da mediação do coordenador de Direito Eleitoral da ESA, o advogado Márcio Alvim. Segundo o texto da proposta de emenda à Constituição, na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, torna-se obrigatória "a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria".
Os participantes defenderam a urna eletrônica e argumentaram que a aprovação da PEC 135 seria um retrocesso. "Nunca, nos 25 anos da urna eletrônica, foi comprovada nenhuma fraude", ressaltou o advogado Eduardo Damian. O presidente TRE-RJ relembrou a afirmação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, de que "o voto impresso resolve um problema inexistente".[
No último dia 16, em sessão tumultuada e marcada por alegações de falhas tecnológicas no sistema de deliberação remota por deputados da base do governo, a comissão especial da Câmara sobre o voto impresso foi encerrada sem apreciar a proposta. A justificativa oficial foi um pedido do relator, que cobrou mais tempo para fazer alterações em seu parecer. Ainda não há previsão para a retomada da sessão.
Dias depois, Bolsonaro voltou a defender a adoção do voto impresso. Em ataque ao seu possível concorrente político nas eleições de 2022, Bolsonaro declarou que "as mesmas pessoas que tiraram Lula da cadeia e o tornaram elegível, vão contar os votos dentro do TSE de forma secreta". O presidente afirmou que "eleições não auditáveis não é eleição, é fraude". Segundo ele, se for disputar a reeleição de 2022, entrega a faixa presidencial para "qualquer um", contanto que as eleições sejam limpas.
No dia 20 de julho, Bolsonaro disse, em entrevista à Rádio Itatiaia, que "semana que vem", vai apresentar "provas de fraudes" na eleição de 2014, que selou a vitória de Dilma Rousseff (PT) ante Aécio Neves (PSDB). "Eu espero na semana que vem apresentar as provas de fraudes. Vamos apresentar uma fraude de 2014 (...) Eu só consegui ser eleito porque tive muito voto. Eu vou comprovar semana que vem que teve fraude nas eleições de 2014. Vão vir hackers para mostrar", disse.
Na entrevista, ele declarou que vai encaminhar as supostas provas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os participantes do Encontro Estadual dos Servidores e Servidoras da Justiça Eleitoral, realizado nos dias 15 e 16 de julho pelo Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro (Sisejufe), aprovaram uma carta aberta à sociedade em repúdio às seguidas declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre existência de fraudes no processo eleitoral.
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