Dona Maria Alvarina Lopes Martins e a nora, Mônica Cristina Gomes de Castro Martins, buscaram atendimento na Unimed da Barra da TijucaDivulgação

Rio - Uma idosa de 86 anos, com sintomas de covid-19, teve que aguardar quase sete horas para ser atendida em uma unidade particular de saúde na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, cujo valor pago por mês é de R$ 3.500. Dona Maria Alvarina Lopes Martins e a nora, Mônica Cristina Gomes de Castro Martins, 57 anos, buscaram atendimento na Unimed da Barra da Tijuca por volta das 11h40 de terça-feira (10). No local, se depararam com dezenas de outros pacientes insatisfeitos com o atendimento.

Segundo Mônica, somente para preencher a ficha na recepção, elas precisaram esperar por duas horas. "O rapaz que faz a segurança do local veio até nós para tentar ajudar, pedindo mais urgência no atendimento da minha sogra. Ela já está bastante idosa e não consegue segurar a urina, por exemplo, então não pode ficar muito tempo aguardando um atendimento na recepção. Mesmo com todos os problemas, ela ficou sem comer, sem ir ao banheiro…", explicou a nora da dona Maria Alvarina, que teve o pedido negado ao solicitar que a idosa comesse. Segundo ela, a enfermeira alegou que ela não poderia comer no corredor do setor.
A Unimed negou as informações e disse que a idosa "passou por triagem para classificação de risco, quando foi classificada com a cor verde (pouca urgência), porém, com prioridade por ser idosa". A empresa disse ainda que a demora pelo atendimento foi devido aos pedidos de exames laboratoriais e de imagem complementares, solicitados pelo médico, a serem realizados na própria unidade.

De acordo com Mônica, não havia ninguém satisfeito com o atendimento do local. "Não quero fazer sensacionalismo, mas preciso falar disso. Eu saí de lá às 18h22 e tinha gente desde cedo tentando uma internação. É preciso ter respeito pelas pessoas, colocar mais médicos, olhar para as pessoas como seres humanos. Eu, por exemplo, perdi um dia inteiro de trabalho. Não tinha ninguém feliz ali", disse Mônica que dá aula de inglês em uma escola.

Após o demorado atendimento, o médico solicitou um exame de sangue, que não foi realizado no local. Como orientado, dona Maria terá que acionar um serviço domiciliar no Laboratório Sérgio Franco. Essa não foi a primeira vez que a idosa recebeu um atendimento abaixo do esperado pela mesma unidade. Em dezembro de 2020 ela havia sido levada para lá também com suspeita de covid-19. Após um breve atendimento, os médicos pediram para ela retornar para casa e dois dias depois teve uma significativa piora. Somente na segunda tentativa ela conseguiu ser internada.

Confira a nota da Unimed na íntegra:
Publicidade
"Informamos que a paciente em questão deu entrada em nossa unidade com sintomas gripais no dia 10/8, com abertura de ficha de atendimento às 11h38. Às 11h51, passou por triagem para classificação de risco com nossa equipe de enfermagem, quando foi classificada com a cor verde (pouca urgência), porém, com prioridade por ser idosa. Para esse tipo de classificação, o tempo para atendimento médico é maior, conforme a escala internacional de Manchester, tendo este sido cumprido, sem qualquer prejuízo à paciente. No entanto, foram solicitados pelo médico exames laboratoriais e de imagem complementares, a serem realizados na própria unidade, para que fosse definida a conduta terapêutica antes da liberação da paciente.

Esclarecemos ainda que, a todo momento, as equipes do setor se colocaram à disposição da paciente enquanto esta aguardava a realização dos exames complementares. Infelizmente, um aumento no número de atendimentos do setor de síndrome respiratória esta semana (casos suspeitos de Covid-19), acarretou em um tempo maior de espera para os pacientes menos graves, em detrimento dos casos de maior gravidade."