Adriano da Nóbrega e Julia LotufoReprodução

Rio - A viúva do miliciano Adriano da Nóbrega, Júlia Emilia Mello Lotufo, não compareceu à sua primeira audiência ocorrida na última quinta-feira (12). De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, a viúva foi representada por seus advogados na 1ª Vara Criminal Especializada do Rio, que solicitaram um pedido de suspensão e desmembramento dos autos, alegando que Júlia fez uma delação premiada que aguarda ser homologada, ou não, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pedido foi aceito e o juiz auxiliar Bruno Rulière, responsável pelo caso, suspendeu o processo por 30 dias, somente para a viúva.
O soldado da Polícia Militar Rodrigo Bitencourt Fernandes Pereira do Rego, apontado como um dos laranjas do miliciano Adriano da Nóbrega, também estave na audiência. Júlia e Rodrigo Bitencourt foram alvos da Operação Gárgula, que visava prender uma organização criminosa, na qual dois policiais militares estão entre os investigados, sob a acusação de lavar dinheiro do miliciano e ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em fevereiro do ano passado na Bahia.
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A próxima sessão acontece no dia 15 de setembro, quando o resultado da homologação da delação da viúva já terá saído. Caso o pedido seja aceito no STJ, Júlia não responderá mais por associação criminosa e lavagem dinheiro. Caso seja negado, ela será julgada pela 1ª Vara Criminal Especializada do Rio.
Júlia Lotufo está em prisão domiciliar e fazendo uso de uma tornozeleira eletrônica. Além disso, a viúva também recebe escolta 24 horas da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core).
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Delação premiada
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De acordo com a revista Veja, a viúva disse aos procuradores saber quem mandou matar a vereadora Marielle Franco, assassinada junto do motorista Anderson Gomes em março de 2018. Até hoje, os investigadores não tem uma resposta para o caso. 

Julia Mello já teria falado também sobre a participação de Adriano em vários homicídios encomendados pela contravenção e listado agentes públicos que receberam propina para acobertar os crimes do miliciano - afirma a revista.
Ela nega que o ex-marido tenha envolvimento nos assassinatos de Marielle e Anderson, mas chegou a revelar que integrantes da milícia da comunidade Gardênia Azul procuraram Adriano para falar sobre um plano de matar a vereadora. Ela disse à promotoria que Adriano achou a ideia absurda e arriscada, por envolver uma parlamentar.