Volta às aulas no Colégio Estadual José Leite Lopes, na Rua Uruguai, no Andaraí, Zona Norte do Rio.Reginaldo Pimenta/Agência O DIA

Rio - Após a cidade do Rio registrar um aumento de 10% de pessoas internadas pela covid-19, profissionais da educação denunciam casos confirmados e até mortes pela doença nas escolas da rede municipal. Segundo aviso do Sindicato Estadual de Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), as escolas municipais Rondon, Antônio Austragésilo, Raphael Almeida Magalhães, Marechal Alcides Etchegoyen e Getúlio Vargas estão fechadas devido à surto de covid-19 entre alunos e profissionais da educação.
Uma professora da rede municipal de ensino, que preferiu não se identificar, contou ao DIA que os alunos vão resfriados para as escolas, com máscara de baixo do nariz, o distanciamento social não é respeitado e as aulas estão lotadas.
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"Eu perdi a minha primeira diretora no ano passado. A questão do retorno presencial é o aumento do contágio. O vírus não para de circular, porque os ambientes são mal ventilados. O prefeito, através do secretário, mandou as diretoras usarem um aplicativo que praticamente volta à lotação anterior. Só não há carteiras juntas, mas o distanciamento é mínimo", disse a profissional.
Segundo a professora, nas escolas onde ela trabalha, uma merendeira morreu no ano passado devido à doença e, este ano, duas professoras testaram positivo para a covid-19, assim como alguns alunos.
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"Uma aluna minha foi para escola resfriada. Em sala, ela abaixou a máscara para assoar o nariz. Somente nesse momento eu soube e pedi que a aluna descesse. Não há um controle na entrada. Uma aluna da outra escola e uma coordenadora estão infectadas nesse momento. A escola afastou os professores que tiveram contato com ela, mas segue aberta, entregando material e recebendo responsável. A coordenadora infectada trabalha na mesma sala que as duas diretoras e elas estão trabalhando normalmente".
O diretor da Regional 3 do Sepe-RJ, Eduardo Mariani, publicou nas redes sociais que está com suspeita de covid-19, sentindo dor de cabeça, febre, tosse, cansaço e dores nas costas, após trabalhar por duas semanas em formato presencial.
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Segundo denúncias publicadas nas redes sociais, a Escola Municipal Miguel Gustavo também registrou vários casos de covid-19 entre alunos e professores. Já na Escola da 4ª Coordenadorias Regionais de Educação  (CRE), na Olaria, Zona Norte, há alguns funcionários com suspeita.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação do Rio (SME) informou que não há nenhum caso comprovado que algum aluno, professor ou profissional de Educação tenha contraído covid-19 em escola.
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"As escolas da Rede Municipal de Educação são foco de estudos, de difusão de conhecimento e saber, de convivência saudável e propositiva - não de doença. Trabalhamos para que crianças e adolescentes continuem estudando e, assim, garantam um futuro melho".
De acordo com a SME, as escolas da rede municipal de educação estão funcionando regularmente com aulas presenciais e abertas para receber os estudantes com o cumprimento do protocolo sanitário elaborado por especialistas e pesquisadores da área científica.
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No entanto, o Sepe alegou que as escolas da rede municipal registram aglomeração, turmas cheias e não há seguimento do protocolo sanitário. "Entendemos que escolas com casos de covid-19 precisam ser fechadas. Na bandeira vermelha, todas as escolas precisam ser fechadas. Escolas que não tem condições estruturais para seguir os protocolos também precisam ser fechadas", disse Duda Quiroga, dirigente do Sepe-RJ Central.
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes