Promoção provocou aglomeração e confusãoFabio Costa/Agencia O Dia

Rio - Uma aglomeração foi registrada, na manhã desta terça-feira (24), na Avenida Ministro Edgard Romero, em Madureira, na Zona Norte do Rio. A movimentação acontece por conta de uma promoção divulgada em uma das lojas da região. Vídeos gravados no local mostram uma fila quilométrica, com diversas pessoas sem máscaras e desrespeitando o distanciamento social. As imagens acontecem diante do cenário de aumento de casos de covid-19 no Rio e quando a capital é considerada o epicentro da variante Delta no Brasil. 
"A fila em Madureira está dando voltas e voltas no comércio, deve ter umas 300 pessoas na fila, não é possível!!!", comentou uma usuária no Twitter.
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Nas redes sociais, a loja de cosméticos e maquiagem fez uma publicação informando sobre a promoção e anunciou que valerá até o dia 28 de agosto ou enquanto durarem os estoques. De acordo com a postagem, a promoção é para "zerar estoque" e todos os produtos estão com o valor fixo de R$ 5. 
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Após a grande fila formada na porta do estabelecimento, a loja informou que não irá funcionar hoje. "Por motivos maiores, não funcionaremos hoje", escreveram na publicação.
Moradora da Vila Kennedy, na Zona Oeste, Jeane Neves conta que a fila na loja começou a se formar na noite de ontem, mas a confusão começou na manhã desta terça-feira, quando clientes provocaram uma aglomeração.
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"Pessoas chegaram aqui 21h, 4h, 3h da manhã e fizemos a fila. Só que pessoas chegaram às 9h querendo aglomerar e as próprias clientes fizeram uma corrente, porque a loja não organizou direito. Aí, deu essa aglomeração, empurra empurra, gente passando mal, 'brigaiada'. Aconteceu que a fiscalização teve que vir e fechar a loja por tempo indeterminado", relatou a consumidora. 
"A loja não botou nenhum apoio, não botaram ninguém para organizar a fila. Teve uma pessoa que saiu de Nova Iguaçu, pegou todo o dinheiro que tinha para conseguir comprar material para comprar o remédio da filha dela, mas não conseguiu ser atendida, porque na vez dela, eles fecharam", contou Camile Soares, que também estava na fila. 
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Uma outra consumidora, Lorena Oliveira, que chegou ao local na noite de ontem, disse acreditar que a responsabilidade pela confusão é das pessoas que chegaram na manhã de hoje, já que a loja estava limitando a quantidade e a permanência das clientes dentro do estabelecimento e não tinha registrado aglomeração. 
"Eu não acho que seja culpa da loja, porque ela colocou um limite de tempo por pessoa, limite para as pessoas entrarem. O problema foi a aglomeração das pessoas aqui fora, querendo entrar todas de uma vez só. Mas, queremos a promoção de R$5, porque estamos aqui desde 4h da manhã. Queremos a promoção. Vamos acampar até amanhã."
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Na porta da loja, era possível ver uma notificação da subprefeitura da Zona Norte, por conta da aglomeração. Em nota, a Guarda Municipal do Rio informou que uma equipe da 6ª Inspetoria (Madureira) foi acionada pela Coordenadoria Especial da Zona Norte para verificar a denúncia de aglomeração em uma loja de cosméticos.
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"Ao chegar ao local, os agentes confirmaram a aglomeração. O estabelecimento foi multado pela GM-Rio e também foi notificado pela subprefeitura, além de ter sido orientado a baixar as portas para dispersar a aglomeração", diz a nota.
No domingo (22), cariocas lotaram a praia do Leme, na Zona Sul do Rio. Deixando de lado o frio do inverno de algumas semanas atrás, a população vem aproveitando o fim de semana de calor para tomar banho de mar e relaxar nas areias. Na volta para casa, pontos de ônibus foram quebrados e vários ônibus apedrejados na volta da praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Segundo a Rio Ônibus, concessionária que administra o transporte na cidade, mais de 30 coletivos foram quebrados somente no domingo, causando um prejuízo de cerca de R$ 100 mil para as empresas.
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As cenas dos ônibus lotados e com janelas quebradas, foram classificadas pela população como lamentável. "Absurda essa situação, as pessoas brincam com a vida alheia. Não se cuidam, aglomeram e ainda quebram o transporte público. O que se viu no domingo foi algo surreal. Há anos não tínhamos imagens como essas", desabafou a universitária Cristiane Luiza, de 25 anos, moradora de Bangu, na Zona Oeste.
Aumento dos casos de síndrome gripal
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Durante a divulgação do Boletim Epidemiológico da capital, na última sexta-feira (20), o prefeito anunciou que a cidade do Rio vive o pico do número de casos de covid-19 em 2021. Em seis semanas, o gráfico de casos de síndrome gripal quase dobrou, e a alta acende um alerta no município. O prefeito Eduardo Paes afirmou que se os números continuarem subindo, a prefeitura pode voltar a adotar medidas de circulação mais restritivas.

"A notícia é a seguinte: nós estamos nesse momento no pico de casos de covid na cidade do Rio em todo o ano de 2021. Nunca antes este ano tivemos pessoas com covid como temos agora. Esse é um dado relevante, e percebemos isso. Pessoas próximas, familiares, amigos...Nunca vi tanta gente com covid no meu entorno como vejo nesse momento. Esse dado é muito preocupante", comentou o prefeito Eduardo Paes.