Cônsul foi mantido refém com toda a sua família Reprodução
Governador pede prioridade nas investigações sobre assalto ao cônsul de Portugal
Casarão, que é também a sede do Consulado-Geral, foi invadido por criminosos. Família foi feita refém pelos assaltantes
Rio - O governador do Rio, Cláudio Castro, pediu prioridade nas investigações sobre o assalto à casa do cônsul de Portugal, Luiz Gaspar da Silva, e sua família, na madrugada do último sábado (30), em Botafogo, na Zona Sul do Rio. A residência é também a sede do Consulado-Geral do país do Rio de Janeiro. De acordo com Castro, o crime traz danos à imagem do estado diante de outros países.
"Eu queria me solidarizar à família do cônsul. A gente luta todo dia para que isso não aconteça mais. Na mesma hora, eu liguei para o secretário (de Polícia Civil) Alan Turnovsky e pedi prioridade nas investigações, até porque isso é algo que acaba levando o nome do Rio de Janeiro para o mundo inteiro. Então, é nossa obrigação zelar pela imagem do Rio. A gente está trabalhando duramente para que isso não volte a acontecer", declarou o governador.
A declaração aconteceu durante o início da operação plena da concessionária Águas do Rio, na quadra da escola de samba Mangueira, na Zona Norte do Rio, nesta segunda-feira (1º). O governador deve visitar, ainda nesta semana, o cônsul para garantir a ele que as investigações serão realizadas. Castro afirmou ainda que não vai aumentar o policiamento na região, porque a segurança pública deve ser igual para toda a população.
"A população inteira merece segurança, paga altos impostos para ter segurança pública. Não é justo que, mesmo que seja uma situação sensível, a gente dê mais segurança para um do que para outro, tem que dar para todos igualitariamente", disse Castro.
Em nota, a Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento na 10ª DP (Botafogo). Algumas testemunhas já foram ouvidas e outras ainda são aguardadas na delegacia. A distrital encontrou um boné e duas máscaras de proteção facial na mata que dá acesso ao Consulado. "Diligências seguem para identificar a autoria do crime", concluiu a nota.
O caso
O cônsul de Portugal e sua família foram feitos reféns por criminosos na madrugada deste sábado (30) no casarão onde moram. Uma vizinha da família prestou depoimento na 10ª DP (Botafogo) e contou que, por volta das 2h, seis criminosos desceram pela mata na pela Rua São Clemente, invadiram o terreno com pistolas e facas, renderam funcionários e invadiram o casarão. A informação foi divulgada pelo O GLOBO e confirmada pela reportagem do DIA.
Ainda de acordo com o relato, alguns dos reféns ficaram amarrados e todos eles foram mantidos sob vigilância de dois bandidos em um dos cômodos da casa por cerca de 50 minutos. A mulher afirmou ainda na distrital que foram roubados quatro anéis, quatro relógios, dois cordões, uma pulseira, uma tornozeleira, um laptop, um telefone celular, além de documentos.
Itamaraty se manifesta
O Itamaraty divulgou uma nota em solidariedade ao cônsul-geral no sábado (30). O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, falou com o ministro Augusto Santos Silva, de Portugal e garantiu máximo empenho na investigação e localização dos criminosos. A pasta informou que auxilia as apurações, e mantém contato com a Embaixada e os consulados de Portugal para oferecer o apoio necessário.
Ainda segundo o Itamaraty, o governo brasileiro está seguindo as obrigações "elencadas na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, sobretudo a de garantir a segurança de Embaixadas e Repartições Consulares instaladas em território nacional", afirmou o Ministério. Confira a nota na íntegra.
"O governo brasileiro expressa solidariedade ao Cônsul-Geral de Portugal no Rio de Janeiro, Embaixador Luiz Gaspar da Silva, à sua família e às demais pessoas afetadas pelo assalto ao Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro, ocorrido na madrugada de ontem, 30 de outubro.
O Ministro Carlos França telefonou ao seu homólogo, Ministro Augusto Santos Silva, e garantiu-lhe o máximo empenho das autoridades brasileiras na investigação. O Ministério das Relações Exteriores acompanha o tema com atenção, auxiliando as investigações, e mantém contato com a Embaixada e os consulados de Portugal para oferecer o apoio cabível.
O governo brasileiro está seguindo as obrigações elencadas na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, sobretudo a de garantir a segurança de Embaixadas e Repartições Consulares instaladas em território nacional.
As relações luso-brasileiras são fortes e baseiam-se na profunda ligação entre os povos e na boa colaboração entre os governos."
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