Sexto dia de buscas por tripulantes de bimotor que caiu na região de ParatyReprodução/ Agência O DIA

Rio - Familiares cobram a colaboração da Marinha nas buscas por dois tripulantes desaparecidos após a queda de um avião bimotor na região de limite entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro no último dia 24. Na segunda-feira, a Marinha do Brasil informou que encontrou uma mochila que pode ser de um dos tripulantes da aeronave.
Nas redes sociais, a mãe do copiloto José Porfírio vinha cobrando a Marinha para que participasse das buscas. Após a nota divulgada à imprensa sobre o material encontrado, parentes questionam porque a coordenada não foi divulgada. Os Bombeiros do Rio de Janeiro e a Força Aérea Brasileira seguem no sexto dia de trabalho nesta terça-feira (30), dificultado por chuvas na região.
"Marinha, onde vocês estão trabalhando que ninguém vê vocês? Por que não passam as coordenadas de onde acharam a mochila já que possivelmente o avião estaria perto? Possuem ideia de quanto esse ponto seria importante para as buscas?", diz uma mensagem compartilhada pela mãe do copiloto.
Parentes também cobram a utilização de equipamentos para ajudar nas buscas, como o navio sonar da Marinha, drone com infravermelho da Fab e helicóptero com câmera térmica do Grupamento Aeromóvel da Polícia Militar do Rio. Esse pedido foi reiterado publicamente pelo surfista Pedro Scooby, amigo do empresário e campeão de jiu-jitsu Sérgio Dias, de 45 anos, que está entre as vítimas.
A Marinha divulgou em nota nesta segunda-feira (29) que no último sábado (27), o Navio-Patrulha (NPa) "Guajará" localizou e recolheu uma mochila com pertences supostamente relacionada com os tripulantes da aeronave de prefixo "PP-WRS", dentro da área de buscas, a aproximadamente 45 km sudoeste de Trindade (RJ).
O Comando do 1o Distrito Naval (Com1oDN), informou que iniciou, em 25 de novembro, em apoio à Força Aérea Brasileira (FAB), as buscas pelos três tripulantes da aeronave de prefixo “PP-WRS”. As buscas permanecem em curso, considerando padrões técnicos, as ações de ventos e correntes de deriva.
O avião bimotor desapareceu por volta das 21h de quarta-feira (24). A aeronave decolou às 20h30 do Aeroporto dos Amarais, em Campinas, e tinha como destino o aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A torre do Rio de Janeiro perdeu o contato com a aeronave às 21h40.
Até o momento, apenas o corpo do piloto Gustavo Carneiro, de 27 anos, foi encontrado na tarde da última quinta-feira. O corpo foi reconhecido pela família no dia seguinte (26). O corpo de Gustavo foi cremado na tarde de sábado (27), no Cemitério da Penitência, no Caju, na Zona Norte do Rio. 
Também estavam na aeronave o passageiro Sérgio Alves Dias Filho, dono de uma empresa de blindagem em Jacarepaguá, no Rio, segundo o programa "Bom Dia SP", da TV Globo.
O copiloto, José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, também segue desaparecido. Ele era o dono do bimotor, que estava com situação regular na Anac.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou nesta terça-feira que continua na operação de busca e salvamento da ocorrência envolvendo a aeronave de prefixo PP-WRS, com a participação de um helicóptero H-36 Caracal do 3°/8° GAV, que decolou às 5h10 para iniciar o padrão de buscas.

Até o momento, uma área de mais de 4100 km² do litoral foram cobertos pela busca aérea.
O Corpo de Bombeiros Rio informa que militares seguem mobilizados com mergulhadores e contam com auxílio de aeronaves, embarcações e moto aquáticas que fazem varredura costeira na região entre a divisa do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro.

De acordo com o coronel Leandro Monteiro, comandante-geral do CBMERJ e secretário Estadual de Defesa Civil, as buscas não param e incluem operações aéreas, marítimas e terrestres, estas inclusive durante a noite.

"Quero me solidarizar com os familiares das vítimas que estão aqui nos auxiliando com informações. Diariamente, estamos com militares de todo o Estado, dos grupamentos marítimos e das unidades especializadas. Todos os recursos necessários estão sendo empregados. O Corpo de Bombeiros não desiste nunca. Ficaremos aqui durante 15 dias em busca de vidas”, afirmou o comandante que acompanha as buscas no local.