Fila de testagem no Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na TijucaFABIO COSTA/AGENCIA O DIA
Casos de covid quadruplicam em um mês, mas taxa de internação segue baixa no Rio
Em duas semanas, número de testes positivos realizados pela Secretaria Municipal de Saúde saltou de 1% para 13%. Prefeitura vai instalar polos de testagem na Zona Sul, no Centro e na Zona Oeste
Rio - O número de casos de covid-19 na cidade do Rio de Janeiro quadruplicou em um mês, segundo dados públicos do painel da prefeitura. Apesar da explosão no índice, a quantidade de internações não acompanhou o ritmo e segue em baixa.
No dia 3 de dezembro foram confirmados 61 novos casos de covid-19 (dados compilados a partir da data de início dos sintomas). Esse número reduziu ainda mais no dia 11 de dezembro, quando foram confirmados apenas 14 novos casos. Mas, em um mês, explodiu subitamente: somente na última segunda-feira (3), a rede pública recebeu 261 casos novos de covid-19. A boa notícia é que gráfico de casos graves e óbitos, felizmente, não acompanham o crescimento dos casos leves. No mesmo dia 3 de dezembro, o número de pacientes na UTI por covid-19 era de 26. Um mês depois, no dia 3 de janeiro, era de 21.
Com a explosão de casos, cariocas correram nos últimos dias para fazer os testes, impulsionados pelos encontros das festas de fim de ano. Em duas semanas, a taxa de testes positivos no Rio saltou de 1% para 13%. Apesar das filas em farmácias e clínicas particulares, a rede pública oferece testes gratuitos de covid-19 nos postos de saúde e clínicas da família.
No Centro Municipal Heitor Beltrão, na Tijuca, a movimentação era grande, mas a fila andou rápido na manhã desta quarta. O barman Isaac Luiz Miranda da Silva, de 35 anos, foi atrás do exame após a esposa testar positivo para a doença.
"Ontem, minha esposa veio ao posto e testou positivo. O médico recomendou que quem convivesse com ela fizesse o exame. Estou sentindo dores no peito, dores nas costas, estou com tosse seca", disse o morador do Maracanã. A enfermeira Cláudia Lúcia de Mattos, de 56 anos, também procurou o teste após sentir sintomas da doença.
"Estou me sentindo cansada, com dor de garganta, dor de cabeça. Acho importante fazer o teste para evitar a disseminação, não contaminar as outras pessoas. E pela quantidade de gente que tem aqui, até que fiquei pouco tempo na fila", disse a enfermeira.
Na semana etimológica 51, que representa o período entre os dias 19 e 25 de dezembro, a rede pública da cidade do Rio realizou 5.988 testes de antígeno - o swab nasal. Na semana 52, do dia 26 ao dia 1 de janeiro, foram 17.755 testes de antígeno. A Prefeitura afirma que tem 450 mil testes em estoque atualmente, e que todas as unidades de saúde estão realizando o exame.
Prefeitura abrirá mais polos de testagem
Diante do aumento de casos, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou que abrirá pelo menos mais três grandes centros de testagem rápida para a covid-19, em diferentes pontos da cidade. Até a semana que vem devem ser abertos polos nos seguintes locais: próximo ao Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon; no Clube Municipal dos Servidores, na Cidade Nova; e em algum ponto a ser confirmado em Santa Cruz, na Zona Oeste.
Atualmente, há centros de testagem no Parque Olímpico da Barra; na Vila Olímpica do Alemão; na Vila Olímpica de Honório Gurgel, na antiga unidade hospitalar Rochinha, em Campo Grande; na Policlínica Guilherme da Silveira, em Bangu; e na Policlínica Rodolpho Rocco, em Del Castilho.
Rio confirma terceiro caso da variante ômicron no município
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou, na terça-feira (4), o terceiro caso de ômicron no município do Rio. Trata-se de uma mulher de 39 anos, moradora do México, que chegou ao Rio no dia 13 de dezembro. Segundo a pasta, ela realizou um exame adquirido em farmácia no dia em que desembarcou, com resultado positivo para Covid-19. A partir disso, ela foi identificada como um casos suspeito pela vigilância epidemiológica e teve amostra encaminhada para sequenciamento genômico.
Ainda segundo a SMS, a paciente havia sido vacinada com a dose única da Janssen em julho, no México, e não tomou a dose de reforço. Ela apresentou sintomas sem gravidade. Há ainda outros 179 casos suspeitos em investigação no município.
Em relação a Influenza, a prefeitura avalia que não há mais uma epidemia na cidade, já que o número de casos caiu 82% em relação ao início de dezembro. A campanha da vacinação foi encerrada na terça-feira (4), e uma nova campanha deve começar a partir de abril. Na próxima temporada de imunização, a vacina deve ter uma nova versão para conter todos os tipos de gripe.
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