Bala que matou Vítor Reis de Amorim entrou pelas suas costasReprodução Instagram

Rio - A Polícia Civil já sabe quem foi o policial militar responsável por disparar o tiro que matou o lutador Vítor Reis de Amorim no dia 26 de dezembro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. Um policial do 7º Batalhão da Polícia Militar (São Gonçalo) confessou o disparo logo após o ocorrido. Ao DIA, o delegado responsável pelo caso, Leonardo Macharet, da 73ª DP (Neves), disse que a reprodução simulada, realizada na última terça-feira (4), vai ajudar a elucidar a visão que esse policial tinha no momento em que fez o disparo, ou seja, se houve realmente troca de tiros com criminosos ou se houve somente disparos por parte da PM. O perito que esteve a frente da reconstituição tem até dez dias pra fazer o laudo.
Para ajudar nas investigações, o delegado vai intimar uma nova testemunha nos próximos dias para contar o que viu no dia do suposto confronto entre policiais e traficantes. O pai do lutador, Vanelci Ferreira de Amorim, de 58 anos, também vai prestar depoimento para ter mais esclarecimento sobre o modo de vida do jovem e a suposta ou não participação dele no tráfico. "Todo esse histórico familiar dele que também é importante na investigação. No mais, se tiver mais diligências a serem esclarecidas faremos acareações necessárias", completou o delegado.
A reconstituição do dia da morte de Vítor durou pouco mais de uma hora. Inicialmente, já foi possível identificar o local onde o jovem foi atingido quando tentava fugir dos tiros. Segundo o delegado, ele teria corrido para cima de uma laje no momento dos disparos. "O laudo apontou que o tiro entrou na lateral direita e saiu pelo ombro. Hoje na reprodução foi possível identificar o motivo dessa inclinação. Foi porque o Vítor estaria em uma laje um pouco mais acima, por isso a inclinação. Vamos aguardar agora o resultado da perícia", disse Macharet.
Além disso, através da reprodução, foi possível elucidar a dinâmica da ocorrência com a visão dos traficantes e dos policiais militares durante o confronto. Foram tiradas fotos com os dois ângulos para que a análise fosse feita.
Paralelamente, o Ministério Público do Rio informou que investigará o caso independente da Polícia Civil. A 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial do Núcleo São Gonçalo informou, nesta terça-feira, que instaurou Procedimento Investigatório Criminal (PIC), no qual realiza investigação independente da Polícia Civil sobre os fatos. Segundo o Ministério Público do Rio, agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça (GAP/MPRJ) já estiveram no local, com a finalidade de identificar testemunhas e fazer levantamento das câmeras de segurança para possível recolhimento de imagens que possam auxiliar na investigação.
A promotoria também está em contato com o pai da vítima e que toda prova produzida no inquérito policial também será analisada e aproveitada junto ao PIC instaurado.