'Grupos não vacinados tornam-se mais vulneráveis', ressalta pediatra sobre imunização infantil
Secretária do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) destaca que vacinação das crianças apresenta ainda menos complicações do que entre adultos e adolescentes
Vacinação infantil continua nesta semana - Divulgação
Vacinação infantil continua nesta semanaDivulgação
Rio - A vacinação das crianças de 5 e 11 anos será importante para barrar a circulação da variante ômicron da covid-19. A secretária do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Tânia Petraglia, destaca que os grupos que ainda não foram vacinados tornam-se mais vulneráveis ao contágio, caso das crianças. A especialista ressalta que a imunização dos pequenos apresenta ainda menos complicações do que entre adultos e adolescentes.
"A indicação da vacinação é pela saúde pública. Estamos visando o todo. Essa variante circula e muitas crianças têm doenças crônicas. A gente não imunizava porque não tinha vacina infantil. Quando a gente não vacina determinadas faixas, o vírus se desloca com maior incidência entre essas pessoas que não estão vacinadas", afirma a especialista.
Além de ser necessária para a imunização coletiva, a vacinação infantil também protege crianças com fatores de risco e pessoas de seu convívio que sejam vulneráveis à doença. "A gente precisa de muita adesão das pessoa com fatores de risco, portadores de doenças crônicas", reforça.
A Prefeitura do Rio divulgou nesta quinta-feira (6) o calendário de vacinação de crianças entre 5 e 11 anos na cidade. A partir do dia 17 deste mês até o dia 9 de fevereiro, serão três dias destinados para cada idade. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a expectativa é de que 560 mil crianças sejam vacinadas na capital.
A vacina infantil tem uma concentração menor de antígenos, a nível de comparação, é como se fosse um terço dos antígenos utilizados na vacina para adultos.
"Foi feito um estudo imunológico que é o mais ético a ser feito. Não se deve expor a criança a vacina e acompanhar para ver o que acontece. Há, sim, uma comparação do ponto de vista imunológico. Os Estados Unidos já vacinaram mais de 8 milhões de crianças e nos dá ainda mais tranquilidade observar que os eventos (adversos) nas crianças foram muito menores do que nos adolescentes e adultos", afirma a médica do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
RJ teve quase 700 crianças de 5 a 11 anos internadas por covid
As crianças de 5 a 11 anos também evoluíram para casos graves ao longo da pandemia, apesar de menos acometidas pela doença do que os adultos. Em todo o estado do Rio, 697 crianças dessa faixa etária foram internadas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) desde o início da pandemia. Foram 23 óbitos infantis. Os dados são do Sivep Gripe, sistema de notificações de casos graves de gripe.
Em 2020, 300 crianças de 5 a 11 anos tiveram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em 2021, foram outras 397. Os casos de óbitos foram 23: 15 em 2020, oito em 2021.
Os casos podem ser ainda maiores, já que o sistema de notificação de casos do governo federal passou por um apagão de dados e por ataques hackers recentes.
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