Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de CaxiasCléber Mendes/Agência O Dia
Meninas baleadas em Queimados têm estado de saúde estável
Ludmila Teles, de 9 anos, está internada no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes; Gabriela Aristides, de 13, recebeu alta do CTI e foi para a enfermaria do Hospital Geral de Nova Iguaçu
Rio - As duas meninas baleadas durante um tiroteio no Morro da Torre, em Queimados, na Baixada Fluminense, na noite da última quinta-feira (6), têm estado de saúde estável. Ludmila Teles, de 9 anos, foi baleada na coxa direita e teve lesão na bexiga provocada pela perfuração. Ela estava em estado grave no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, passou por cirurgia e se recupera bem. Já Gabriela Aristides, de 13 anos, está internada no Hospital Geral de Nova Iguaçu. Ela recebeu alta do CTI para a enfermaria e está sendo acompanhada pela equipe de Cirurgia Geral diariamente, fazendo exames laboratoriais e tratamento com antibióticos.
O tiroteio deixou uma criança, identificada como Kevin Lucas, de 6 anos, morta. O menino foi baleado no peito enquanto brincava na casa de uma vizinha, que fazia uma mudança. Segundo a versão da Polícia Militar, equipes do 24ª BPM (Queimados) estavam em patrulhamento na Estrada do Riachão, um dos acessos à comunidade da Torre, no bairro Inconfidência, em Queimados, quando foram atacados por criminosos da região. A equipe relatou que desembarcou da viatura, buscou abrigo e não efetuou disparos. Após o fim do confronto, os agentes foram procurados por moradores dizendo que uma criança havia sido ferida na Rua Colombo. Eles tiveram as armas apreendidas para perícia.
Já a versão dos moradores é outra. Segundo eles, os policiais fizeram disparos no momento do tiroteio. A babá de Kevin disse que os PMs não prestaram socorro por não terem visto a marca do tiro. "Ele é uma criança especial que só estava brincando no portão de casa. Eu entrei no carro da polícia, mas como ele não estava com marca de tiro nenhum, ele parecia desmaiado. Até eu pensei isso. E aí, eles falaram que iam dar preferência a quem estava baleado", disse a babá, a quem Kevin chamava de 'vó'.
A mãe do pequeno Kevin, Ana Clara dos Santos, questionou durante sua ida ao IML a prática de confronto das polícias. "Presidente, cadê? Eu pago imposto para ver meu filho morto? Ninguém sabe a dor que estou passando. Só quero meu filho. Era uma criança tão saudável, tão esperta, tão inteligente. Não deixo meu filho largado, na mão de qualquer um. Só quero justiça. Sou trabalhadora como qualquer um", desabafou.
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) já colheu depoimentos de familiares e dos policiais militares que participaram da ação. Uma perícia no local foi realizada, e a PM entregou à Polícia Civil as armas usadas na ação. Procurada nesta segunda-feira, a delegacia ainda não respondeu sobre o andamento da investigação.
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