Cariocas aproveitam liberação de máscaras ao ar livre para curtir praia em dia de sol no RioReginaldo Pimenta/Agência O DIA

Rio - A partir desta segunda-feira (7), o uso de máscaras deixou de ser obrigatório para os cariocas. O Comitê Científico da Prefeitura do Rio aprovou a flexibilização da medida de proteção em ambientes fechados durante reunião na manhã de hoje. O uso do equipamento já era facultativo em locais abertos, desde outubro do ano passado. Entretanto, a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação para entrar em espaços de uso coletivo continua valendo. A determinação foi publicada em edição extra do Diário Oficial, na tarde de hoje. 
De acordo com o secretário Municipal de Saúde do Rio (SMS), Daniel Soranz, a decisão considerou o panorama epidemiológico atual da capital fluminense e o Comitê decidiu por recomendar a retirada. Segundo ele, o momento é favorável à flexibilização, já que a taxa de transmissão do novo coronavírus está 0.3, sendo a menor desde o início da pandemia na cidade. Além disso, o índice de positividade dos testes da doença é menor do que 5% e o número de internados não representa 1% da população carioca. 
"A gente já tem uma tendência clara de queda na covid-19. A gente tinha uma taxa de transmissão muito maior na semana anterior. Essa semana essa taxa diminuiu ainda mais. A gente tem muito poucos casos de sintomáticos respiratórios chegando nas unidades de saúde. A gente já estaria vendo uma alteração de tendência, uma alteração de curva, coisa que a gente não percebe. Muito pelo contrário, a gente vê uma diminuição gradual de número de casos, de pessoas internadas, do índice de positividade e também uma uma redução dos casos graves de covid-19. Hoje é cada vez mais raro você encontrar um caso grave de covid-19 na cidade do Rio de Janeiro", afirmou Soranz. 
Os especialistas do grupo orientam que mantenham a utilização da proteção em locais fechados, as pessoas imunodeprimidas, com comorbidades de alto risco, não vacinadas e com sintomas gripais. Segundo o secretário, também é recomendável que as crianças que não foram vacinadas e idosos continuem usando máscara, mas ressaltou que a decisão passa a ser facultativa. 
"As crianças são uma população, do ponto de vista vacinal, vulnerável. Mas, do ponto de vista epidemiológico, elas estão no mesmo patamar que qualquer outra pessoa da cidade. Como a transmissão está muito muito baixa, o que o Comitê resolveu recomendar é que, pessoas não vacinadas, inclusive crianças, continuem usando máscara nas escolas. Então essa é uma adesão que vai caber a Secretaria de Educação, vai caber às escolas particulares decidiram o uso de máscaras ou não. É claro que para Ensino Médio e Ensino Superior, quando já há uma alta cobertura vacinal, essa máscara vai ser desobrigada", explicou o pediatra, sanitarista e membro do Comitê, Daniel Becker.
Na publicação do Diário Oficial, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, também determinou que a obrigatoriedade do "passaporte de vacinação" permaneça até que a terceira dose alcance 70% da população elegível para receber o reforço. Atualmente, de acordo com o Painel Rio COVID-19, 54,1% dos adultos foram contemplados. As unidades da SMS seguem aplicando a dose de reforço para os maiores de 18 anos que receberam a segunda dose há quatro meses ou mais. 
"A gente precisa aumentar o número de pessoas que façam a dose de reforço. Hoje, a gente tem uma situação epidemiológica muito positiva na cidade do Rio de Janeiro, justamente por conta da nossa alta cobertura vacinal. Só que essa cobertura vacinal e essa proteção, ela não dura pra sempre. Então, a gente sabe que essa proteção ela vai caindo ao longo do tempo e a dose de reforço é essencial para manter essa proteção em níveis adequados. Então, nosso Comitê recomenda que a gente mantenha o passaporte vacinal estimulando a aplicação da dose de reforço", disse o secretário. 
"O passaporte vacinal é a melhor arma de política pública que a Secretaria de Saúde tem nesse momento para continuar estimulando a vacinação. Nós temos a certeza hoje, do ponto de vista científico, que para uma variante como a Ômicron, ou outra variante que venha surgir, nós precisamos de doses de reforço, porque a imunidade vai caindo com o tempo. Então, dose de reforço hoje é a vacinação completa. Quem tem duas doses, não está com a vacinação completa. Por isso, o passaporte vacinal, a gente tem que intensificar o uso dele, tem que aumentar, inclusive, a fiscalização. Esse passaporte vale para três doses, doses de reforço inclusive", alertou Becker. 
De acordo com as normas da Prefeitura do Rio, a apresentação do "passaporte" é obrigatória para hospedagem em hotéis, imóveis e acomodações de aluguel por temporada, inclusive por aplicativo; em áreas cobertas ou internas de bares, lanchonetes, restaurantes; acesso a salões de beleza e estética; academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento e de condicionamento físico e clubes sociais;
vilas olímpicas, estádios e ginásios esportivos; cinemas, teatros, salas de concerto, salões de jogos, circos, recreação infantil, pistas de patinação e atividades de entretenimento; visitação turística, museus, galerias e exposições de arte, aquário, parques de diversões, parques temáticos, parques aquáticos, apresentações e drive-in; conferências, convenções e feiras comerciais. 

A comprovação pode ser feita com o certificado de vacinação digital na plataforma Conecte SUS, com o comprovante ou caderneta de vacinação. Na última quinta-feira (3), a Secretaria de Estado de Saúde (SES) publicou um decreto em que tornou facultativo para todas as cidades do Rio de Janeiro a definição sobre a obrigatoriedade do uso da máscara em ambiente fechado e aberto. A medida foi tomada em função da melhora do cenário epidemiológico da covid-19 no estado e também devido ao avanço da cobertura de vacinação. Já na sexta-feira (4), a Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, saiu na frente e publicou um decreto que desobriga o uso de máscaras no município.