Jairinho em audiência no TJRJMarcos Porto

Rio - A defesa do ex-vereador Jairinho, acusado de matar o enteado Henry Borel, de 4 anos, protocolou, na segunda-feira (14), um pedido junto à 2ª Vara Criminal do Rio para que as provas obtidas através de aparelhos celulares sejam desconsideradas no andamento do processo. Os advogados alegam que as informações foram obtidas de forma ilegal pelos policiais, o que invalidaria as provas. 
No entanto, para o promotor Fabio Vieira, titular da 2ª Promotoria de Justiça Junto ao II Tribunal do Júri da Capital, a apreensão dos aparelhos ocorreu de forma legal e não há motivo para contestação. "Desde o início das investigações a defesa de Jairinho insinua a invalidez das provas. Isso não tem fundamento", disse.
Segundo a juíza da 2ª Vara Criminal do Rio, Elizabeth Machado Louro, o pedido da defesa do réu foi enviado ao Ministério Público do Rio e ainda não retornou.
Os aparelhos foram apreendidos no dia 26 de março, 18 dias após a morte do menino Henry Borel, durante operação de busca e apreensão em endereços dos familiares da criança. Ao todo, 11 celulares de todos os envolvidos foram apreendidos. Na ocasião, a Justiça do Rio também determinou a quebra do sigilo telefônico de Monique Medeiros, mãe do menino, e de Jairinho para esclarecer o caso. Os mandados foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri do Rio.
Durante as investigações, ainda na 16ª DP (Barra da Tijuca), a Polícia Civil disse que teve que usar um programa de dados especial para acessar os celulares do casal e resgatar mensagens que foram apagadas.
Jairinho será ouvido nesta quarta-feira
Está marcado um novo interrogatório para o ex-vereador nesta quarta-feira (16). Jairinho escolheu não responder às perguntas na última audiência, no dia 9 de fevereiro, que havia se estendido até as 22h. A defesa do réu pediu que fosse marcada uma nova audiência para que Jairinho dê sua versão dos fatos após ter acesso a documentos, que segundo ele, garantirão sua defesa.
Após a fase de instrução e julgamento, em que o ex-vereador será ouvido, o processo passa às alegações finais e a magistrada vai decidir se o padrasto e a mãe do menino vão a júri popular pela morte de Henry.