Polícia Civil analisa imagens e tenta identificar quem furtou óculos da estátua de Drummond
Ao todo, o acessório já foi furtado 12 vezes. Segundo o presidente da associação de moradores de Copacabana, o aumento expressivo da população de rua contribui para os crimes
Pela primeira vez no Rio, Giselli Henrique teve sua experiência frustada ao se deparar com o óculos da famosa estátua furtados - Marcos Porto / Agência O Dia
Pela primeira vez no Rio, Giselli Henrique teve sua experiência frustada ao se deparar com o óculos da famosa estátua furtadosMarcos Porto / Agência O Dia
A peça retrata Drummond sentado em um banco, de costas para o mar e olhando para o calçadão. Tanto moradores do Rio quanto turistas fazem questão de sentar ao lado do poeta, seja para fazer uma foto ou para admirar a paisagem. Como é o caso da moradora de Joinville, em Santa Catarina, Giselli Henrique Damiani Leonel, de 40 anos, que ficou frustrada com a situação.
"Estávamos esperando a foto com a famosa escultura e infelizmente o óculos foi roubado novamente. Situações assim são tristes e quem sai perdendo é toda a cidade. O Rio é uma cidade linda demais e acontecimentos como este deixam todos chateados e traz uma imagem que não é boa para a cidade", lamentou a técnica de segurança do trabalho. "A sociedade precisa continuar vigilante e nunca desistir de lutar e acreditar na mudança das atitudes e comportamentos das pessoas", completou Giselli, que está visitando o Rio pela primeira vez e esteve no monumento na manhã desta quinta-feira.
Em nota, a Secretaria Municipal de Conservação (Seconserva) informou que vai orçar a peça e, dentro de um mês, deverá fazer a reposição. A escultura foi instalada na orla em outubro de 2002 para comemorar o centenário do escritor nascido em Itabira, em Minas Gerais, em 31 de outubro de 1902. A estátua foi feita pelo artista plástico Leo Santana e custou R$ 65 mil. Desde então, foram frequentes os episódios de vandalismo. Além dos óculos, que já foram furtados 12 vezes, são comuns os relatos de pichações, pinturas e outras depredações.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), houve um aumento de 96% nos furtos em Copacabana e no Leme, na Zona Sul. De janeiro a março de 2022, foram 2.010 casos. No mesmo período do ano passado, foram 1.026.
Segundo Horácio Magalhães, presidente da Amigos de Copacabana, a associação de moradores do bairro, só no último trimestre, houve um aumento de quase 36% nos roubos de rua e quase 85% no roubo de celulares na região.
"Atribuímos esses números a alguns fatores, como o Réveillon, Carnaval e altas temperaturas nesse verão que proporcionou a vinda de grupos de adolescentes infratores, o chamado arrastão. Além do aumento expressivo da população de rua, onde uma parcela deles se envolve em atos criminosos", disse Horário.
O furto foi registrado na 13ª DP (Ipanema).
Outro caso
Não é só a estátua de Drummond que sofre com ações de vandalismo na cidade. O monumento em homenagem a São Francisco de Assis e Santa Clara teve suas placas furtadas, na Praça do Russel, na Glória, na Zona Sul, na noite desta quarta-feira. A Seconserva informou ao DIA que já registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
"Vale lembrar, que as outras três placas já haviam sido furtadas em outra ocasião. Sendo assim, a Conservação vai incluir a placa furtada ontem no levantamento orçamentário que já estava sendo realizado das demais peças que compõem o pedestal, a fim de fazer a reposição no monumento", disse a Seconserva.
Feita em bronze, com pedestal em granito, a escultura de São Francisco de Assis e Santa Clara foi esculpida por Eduardo de Sá e está localizada na Praça Luis de Camões, na Glória.
O Monumento aos Santos católicos mostra São Francisco de Assis de joelhos, recitando o cântico do sol. E, ao seu lado, a figura de Santa Clara orando. Ao redor do pedestal, um conjunto formado por quatro placas assinala os principais episódios da vida do Santo.
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