Filho afetivo de Flordelis, Carlos Ubiraci Francisco da SilvaFabio Costa/ Agência O Dia

Rio - A Vara de Execuções Penais (VEP) acatou a um pedido da defesa e concedeu, nesta quarta-feira (27), liberdade condicional a Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho afetivo da ex-deputada federal Flordelis. No último dia 13, ele foi absolvido do homicídio triplamente qualificado e de tentativa de homicídio contra o pastor Anderson do Carmo, mas acabou condenado pelo crime de associação criminosa armada.

A sentença estabeleceu que Carlos Ubiraci cumprisse dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. Ele está preso no presídio Evaristo de Moraes, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, há um ano e oito meses. Com o benefício, ele poderá deixar a cadeia e precisa apenas cumprir algumas condições da VEP, como ter ocupação legal.

Durante o julgamento, o Ministério Público do Rio (MPRJ) defendeu a absolvição do réu por falta de provas. A participação no homicídio seria por conhecimento de que havia tentativas de envenenar o pastor. Na ocasião, Carlos apontou, pela primeira vez, Flordelis como mandante do crime. O advogado Gregorio Júnior, que o defende, alegou que ele não teve a mesma postura antes, por temer por sua vida e de sua família.

Na audiência, também foram condenados o filho biológico da pastora, Adriano dos Santos Rodrigues, o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa e sua esposa Andrea Santos Maia, por uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada, por conta de uma carta forjada na cadeia em que outro filho de Flordelis, Lucas Cézar assume a culpa pelo homicídio e atribui ao irmão afetivo Misael o mando do crime.

A ex-parlamentar, sua filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues; sua neta, Rayane dos Santos de Oliveira; além dos filhos afetivos André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva, passariam pelo júri popular no dia 9 de maio, mas a sessão foi adiada para o dia 6 de junho, pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói.
A magistrada alegou que não há tempo hábil para a juntada de todos os laudos exigidos pelas defesas dos réus. Entre eles, está a avaliação psiquiátrica pela qual Flordelis, Marzy e Rayane passarão, autorizada por Nearis. Na decisão, ela estabeleceu que a análise deve ser acompanhada por um perito oficial.