Policia - Operaçao policial no Jardim Novo, em Realengo, zona oeste do Rio. Na foto, policiais em movimentaçao no interior da comunidade.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Polícia Civil confirma que perícias em locais de confronto na Vila Cruzeiro não serão retomadas
Retirada de corpos por moradores teria desfeito cenas onde análise seria feita por equipes. Operação policial na comunidade deixou 25 mortos e sete feridos, incluindo um perito
Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital) informou, nesta quarta-feira, que cancelou todas as perícias em locais de confronto no interior da Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio. Os trabalhos foram interrompidos após perito ser atingido por estilhaços no rosto enquanto equipe atuava em área no interior da comunidade. A favela foi alvo de operação, nesta terça, quando 25 pessoas morreram e pelo menos sete ficaram feridas. O agente foi atingido por estilhaços no nariz, passou por atendimento no Hospital Estadual Getúlio Vargas e já recebeu alta.
De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), o trabalho dos peritos estava sendo feito até o momento em que um policial civil foi atingido por estilhaços, o que impossibilitou a continuidade do trabalho. A corporação disse ainda que com o transporte de feridos feito pelos próprios moradores os locais onde foram atingidos na comunidade acabaram desfeitos.
Ao todo, 25 pessoas foram mortas nos confrontos, entre eles uma vítima, a moradora da Chatuba Gabrielle Ferreira, de 41 anos, que foi enterrada nesta quarta-feira (25). A operação da Polícia Militar, através do Batalhão de Operações Especiais (Bope), contava com a participação da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), tinha por objetivo prender lideranças da facção que domina a região do Complexo de Favelas da Penha. Essa foi a segunda operação mais violenta da história.
O perito da polícia civil ferido, identificado como Sérgio Silva Rosário, lotado na Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital), estava em campo com uma equipe da especializada, quando traficantes iniciaram ataque. Os disparos partiam do alto da comunidade, em uma área de mata. Segundo o delegado titular da DH-Capital, Alexandre Herdy, a equipe chegou a ficar encurralada, mas conseguiu recuar e sair da área de conflito.
"Eles ficaram lá cercados durante um tempo e conseguiram aos poucos recuar a socorrer o colega. A perícia foi suspensa e foi solicitado reforço para tentar completar o trabalho", explicou
De acordo com informações da Secretaria de Estado de Saúde, o perito recebeu alta na tarde desta quarta-feira.
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