Jerominho era vereador do Rio quando foi indiciado pela CPI das MilíciasReprodução

Rio - O ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, foi enterrado na tarde deste sábado (6), no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, Zona Oeste do Rio. A equipe do DIA foi impedida de acompanhar o velório e o enterro. Um fotógrafo de um outro veículo de imprensa foi advertido por um dos presentes que seria "preso" caso insistisse permanecer no local. Sob custódia, um dos filhos de Jerominho, Luciano Guinâncio Guimarães teve autorização do juiz Marcelo Rubioli, da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio, para acompanhar a despedida, com escolta da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Apontado como fundador da maior milícia do Rio de Janeiro, a Liga da Justiça, Jerominho chegou a ser preso por ser mandante da morte de um motorista de van e extorsão. A filha e também ex-vereadora Carminha Jerominho também já cumpriu pena por usar a milícia para coagir eleitores da Zona Oeste. Ela tentou voltar à Câmara do Rio em 2020, mas obteve cerca de 4 mil votos. O irmão, Natalino Guimarães, do mesmo grupo criminoso, tentou a vaga de vice-prefeito em 2020, pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB).
Ex-vereador por dois mandatos, Jerominho foi baleado por dois tiros de fuzil na tarde da última quinta-feira, em Campo Grande, na Zona Oeste, e morreu após dar entrada no Hospital Oeste D'Or. Ele estava acompanhado do cunhado, Maurício Raul Attalah, que também foi atingido por disparos na ocasião. Maurício segue internado no Hospital Municipal Rocha Faria e apresenta estabilidade do quadro clínico, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
O crime, que foi registrado por imagens de câmeras de segurança, ocorreu dois dias depois do miliciano fazer reunião para a pré-campanha de dois candidatos aos cargos de deputado federal e estadual, mas segundo informações, ambos não seriam do mesmo reduto do criminoso morto. A polícia ainda investiga ex-aliados da Liga da Justiça e rivais.