Familiares e amigos de Luiz Henrique estiveram no IML do Barreto nesta terça-feiraReginaldo Pimenta/Agência O Dia

Rio - A morte brutal de Luiz Henrique Lima, de 21 anos, esfaqueado durante a parada LGBTQIA+ em Icaraí, na Zona Sul de Niterói, no último domingo (7), deixou parentes do jovem inconformados. O corpo da vítima ainda estava no Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, também no município da Região Metropolitana, na manhã desta terça-feira (9), e os familiares e amigos que estiveram no local descreveram o crime como um ato de covardia.

De acordo com a amiga Rafaele Rocha da Silva, o jovem e um homem se esbarraram no evento e a irmã da vítima separou os dois, que seguiram em direções opostas. Entretanto, quando se encontraram novamente, o agressor atacou Luiz Henrique a facadas. Informações preliminares dão conta de que a vítima foi atingida na face e na cabeça. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Estadual Azevedo Lima, mas não resistiu.

"Foi um esbarrão que deram, eles dois. A irmã dele estava junto e separou. O cara foi para um lado, ele foi para outro. Daqui a pouco se encontraram e o cara já veio dando facada nele. Isso é uma injustiça, tirar a vida de uma pessoa. É um sentimento inexplicável, uma dor que eu estou sentindo, mas a saudade é pior que a dor. Então, eu quero justiça, única coisa que eu quero. Foi uma covardia total. Eu quero que ele pague", desabafou Rafaele.

A amiga da vítima disse também que já sabe quem é o autor do crime. Segundo ela, apesar de não serem amigos, o homem conheceria o jovem, e acredita que haveria uma rivalidade entre eles. "Eles não se conheciam. Eu acho que ele (agressor) conhecia, porque o Henrique era muito bonito, acho que a rixa era essa. Não era amigo dele, não tinha nada de amizade, era conhecido", disse ela.

Uma familiar da vítima afirmou que parentes prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), nesta segunda-feira (8), mas que ainda não tiveram informações sobre o agressor. Segundo ela, o jovem ainda estava cursando o Ensino Médio e a morte abalou toda a família. "O pessoal está bem mal. Era um menino muito feliz, muito alegre. Estava sempre junto de todo mundo, amigo de todo mundo. Estou péssima", lamentou ela.

Ainda de acordo com o relato de Rafaele, a vítima chegou a morar com ela e eles trabalharam juntos vendendo roupas. A amiga contou ainda que o jovem sempre trabalhava para conseguir o próprio dinheiro e estava prestes a alugar uma casa. Ela também descreveu Luiz Henrique como um irmão do coração e uma boa pessoa.

"Ele era meu irmão do coração, morou comigo há um ano. Não fazia maldade nenhuma a ninguém, era um ótimo amigo, um ótimo trabalhador. A dor que a gente está sentindo, Deus vai consolar. Ele está nos braços de Deus, porque ele era uma pessoa muito boa. Eu não estava na hora que aconteceu, mas eu sei que foi uma covardia. O bandido ainda está solto. Foi uma covardia, ele deu várias facadas, foi punhal. Ele é um monstro. Isso não tem que ficar impune".

O caso foi registrado na 78ª DP (Fonseca) e encaminhado para a DHNSGI, que ficará responsável pelas investigações. O velório do jovem acontecerá no Cemitério do Maruí, em Niterói, a partir das 14h. O sepultamento está previsto para às 16h.