Quadros de idosa foram apreendidos em apartamento de suspeita Divulgação
Na decisão, a juíza Simone de Araujo Rolim diz que "os indícios de autoria e materialidade são fortes" e entendeu que a conduta dos denunciados é grave e, se soltos, "os réus oferecem severo risco à ordem pública e evidente intranquilidade social", uma vez que a fase de instrução criminal ainda não começou e as testemunhas do caso ainda não foram ouvidas em juízo, "o que poderia, inclusive, prejudicar a fidelidade de seus depoimentos", ressaltou a magistrada.
Além da prisão, Simone Rolim decretou a quebra de sigilo dos dados telefônicos e telemáticos dos celulares de Sabine e Rosa Stanesco, apreendidos durante uma operação da Polícia Civil, em 10 de agosto, que resultou na prisão delas, além de Gabriel e Jacqueline. O objetivo é obter informações que permitam localizar o paradeiro das joias roubadas da idosa, que é viúva de um dos maiores colecionadores e negociadores de obras de arte do país. A vítima sofreu um prejuízo de aproximadamente R$ 725 milhões e também teve quadros e dinheiro roubados.
Com a quebra de sigilo, os peritos poderão analisar todos os contatos existentes nos aparelhos; fotografias registradas; ligações recebidas e efetuadas nos últimos dois anos; e os registros de voz e de mensagens escritas, inclusive as de Whatsapp. Além disso, a magistrada também decretou sequestro dos bens de Rosa. Ao todo, são 11 imóveis com valores variando entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões, nos bairros de Ipanema, Leblon, Botafogo, Gávea, Jardim Botânico, Lagoa, na Zona Sul do Rio, e um na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
O sequestro também se estendeu a um veículo do modelo Porsche Cayman 2011, avaliado em mais de R$ 100 mil, que estava em posse do filho da mulher, Pedro Stanesco. "No caso em apreciação constato haver fortes indícios da prática de ilícito penal, portanto, a medida de sequestro se faz adequada e necessária para assegurar a reparação do dano decorrente da suposta infração penal", decidiu a juíza.
Na última sexta-feira (2), a Polícia Civil indiciou Sabine e os outros cinco envolvidos no golpe por cárcere privado, associação criminosa, estelionato, roubo e extorsão. Diferente dos demais, que acabaram presos na operação Sol Poente, Diana e Slavko foram encontrados no último dia 16, em Saquarema, na Região dos Lagos.
Em uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) do último dia 22, o pedido de habeas para Sabine, Gabriel e Rosa foi negado. A defesa havia requerido que as prisões de Sabine e Gabriel fossem revogadas e que Rosa cumprisse prisão domiciliar, alegando que houve constrangimento ilegal por conta da ausência de "requisitos para a prisão temporária decreta". Entretanto, o ministro Jesuíno Rissato entendeu que a medida foi baseada em "detalhada exposição" de elementos e os manteve presos.
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