Mandado de prisão preventiva contra Victor Arthur Possobom, de 32 anos, foi cumprido no fim da noite desta sexta-feira (17), em Niterói Cléber Mendes/Agência O Dia
A nova decisão é por violência psicológica contra a ex-mulher dele, Jéssica Jordão Carvalho, mãe do menino agredido. O inquérito foi concluído pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Niterói (Deam).
A Justiça do Rio já havia decretado a prisão preventiva do acusado, que está no Presídio de Benfica, pelos crimes de tortura e concurso de pessoa contra o enteado.
As agressões
Câmeras de segurança do prédio em que Victor morava gravaram as agressões contra o menino, que aconteceram em fevereiro, mas as imagens vieram à tona apenas na semana passada.
Em um dos vídeos, o agressor aparece dentro do elevador do prédio onde morava com o enteado, na Avenida Sete de Setembro, em Icaraí, bairro da cidade de Niterói. O menino se posiciona em um dos cantos do elevador e, em seguida, é sufocado por Victor.
Homem agride e sufoca enteado de 4 anos em condomínio de Niterói. Caso aconteceu em fevereiro deste ano.
— Jornal O Dia (@jornalodia) September 15, 2022
Crédito: Divulgação#ODia pic.twitter.com/HXJeHHm7hH
Em outro vídeo, captado do hall do condomínio, o homem aparece sentado ao lado da criança e começa a brigar com ela. Victor olha ao redor para ver se alguém estava olhando e dá dois socos no rosto da criança, seguido de mais um sufocamento. Quando o homem percebe a chegada de uma senhora no local, ele para as agressões e disfarça. Após a série de maus tratos, o menino chora muito.
Violência contra a mãe do menino
Ao DIA, a mãe da criança contou os momentos de terror que viveu ao lado de Victor. Ela relatou que engravidou do primeiro filho do casal em 2020 e logo foi morar com ele e o primogênito em Icaraí. Segundo Jéssica, era uma rotina de agressões somente com ela. No entanto, em fevereiro, o síndico do prédio contou sobre as imagens das agressões contra o seu filho e ela pediu a separação. Impedida de sair de casa, Jéssica conseguiu tirar o filho do convívio de Victor e ele passou a morar com o avô.
A mãe do menino também denunciou o ex-companheiro no mesmo mês, mas foi mantida em cárcere privado, sem poder sair de casa. Com medo da história repercutir, Victor levou Jéssica e o filho recém-nascido para Maricá, município próximo de Niterói. Nesta nova casa, a mulher conta que as agressões ficaram frequentes e que sofreu um aborto em julho por conta dos socos e tapas.
Guarda da filha mais nova
A juíza Jussara Maria de Abreu, da 1ª Vara de Família de Niterói, determinou provisoriamente, nesta segunda-feira (19), que a guarda da bebê de 1 ano, fruto do relacionamento de Jéssica Jordão, 30, com Victor Possobom, 32, seja compartilhada entre Jéssica e a avó paterna, Stella Pinho Possobom.
Até a decisão, ficou definido que a menor fique com a mãe de sexta-feira, às 14h, até segunda-feira, também às 14h. Nos outros dias da semana, de segunda-feira após as 14h até sexta-feira, até as 14h, a criança ficará com a avó materna.
Defesa de Victor
O advogado de Victor, Daniel Aguiar, alega que o empresário possui problemas psiquiátricos e realiza tratamentos. Ele disse ainda que as agressões contra a criança ocorreram após um surto da mãe
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“Meu cliente sofre de transtornos psiquiátricos, e vem sendo submetido a tratamento nesse sentido. Ele tem transtorno comportamental com alternância de momentos de euforia e comportamentos impulsivos. Ele faz uso de medicamentos de controle especial e exatamente no dia dos fatos, em razão de senhora Jéssica (mãe da criança) ter tido, também, um surto dizendo que iria tirar a própria vida, deixou-o em um estado de completa tensão emocional”, disse o advogado.
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