PM reforço patrulhamento nas proximidades do Morro do Timbau, no Complexo da MaréReginaldo Pimenta/Agência O Dia

Rio - A Polícia Militar reforça o patrulhamento no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, nesta terça-feira (27), um dia após uma operação ter deixado sete suspeitos mortos e outros 26 presos nas comunidades da Vila do João, Vila dos Pinheiros e Baixa do Sapateiro. Equipes do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) também estão atuando em pontos estratégicos das Linhas Vermelha e Amarela, que chegaram a ser fechadas nesta segunda-feira (26) durante intenso confronto e protestos na região. Até o momento, não há relatos de ocorrências. 
Na manhã de hoje, viaturas da PM patrulham os acessos das comunidades e um veículo blindado da corporação circula pelo Morro do Timbau, também na Maré. A ação emergencial de ontem, realizada pelos Batalhões de Operações Policiais Especiais (Bope) e de Ações com Cães (BAC), junto com a coordenadoria Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil, teve como objetivo impedir uma invasão de traficantes da Maré à favelas dominadas pelo Comando Vermelho. Diversas trocas de tiro foram registradas durante toda a operação.
Ao longo do dia, o Hospital Federal de Bonsucesso recebeu 15 feridos vindos dos tiroteios no Complexo da Maré. De acordo com a unidade de saúde, além dos sete suspeitos, todos homens, que morreram, uma pessoa permanece internada na unidade, com estado de saúde estável; cinco foram atendidas e liberadas pela equipe médica; e outras duas foram transferidas para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas ainda não há informações sobre os quadros clínicos delas. 
Os confrontos ainda fizeram com que motoristas que trafegavam pela Linha Vermelha precisassem se abrigar atrás de muretas de contenção da pista para se proteger dos tiros. O 22º BPM (Maré) e o BPVE chegaram a realizar um bloqueio na via, como forma de resguardar quem passava pelo local. A interdição só foi desfeita no fim da manhã de ontem. A Linha Amarela também teve os dois sentidos fechados por conta de um incêndio no sentido Fundão, durante um protesto de moradores.
Ainda na ação, criminosos chegaram a invadir uma casa na Baixa do Sapateiro e fizeram uma família refém no local. O momento foi transmitido ao vivo nas redes sociais pelos bandidos, como forma de garantir que eles não fossem feridos em uma suposta rendição. No vídeo, é possível ouvir um traficante dizendo que quer se entregar à polícia e uma outra voz, que seria de um morador, fazendo uma prece. "Olha como o morador está aqui assustado", comenta o traficante. 
A operação também afetou a rotina dos moradores das comunidades, que não puderam ir à aula, já que 35 escolas da rede municipal e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) suspenderam as atividades para garantir a segurança de alunos e funcionários. Além disso, um Centro Municipal de Saúde e três Clínicas da Família da Maré precisaram acionar o protocolo de acesso mais seguro e não prestaram atendimento à população. A ação foi encerrada por volta das 18h.
Além das prisões, foram apreendidos sete fuzis; oito pistolas; uma réplica de arma de pressão/ar comprimido; uma granada; aproximadamente uma tonelada de maconha e 50 pés da planta; 48 frascos de lança-perfume; além de 20 carros e motocicletas roubados, recuperados. Após o fim da ação, não houve relatos de novos confrontos. Segundo as secretarias municipais de Educação e Saúde do Rio, tanto as escolas, quanto as unidades de saúde da Maré funcionam normalmente nesta terça-feira.