Artiz e professora, Eliane chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiuReprodução/Redes Sociais

Rio - Parentes e amigos se reuniram no início da tarde desta sexta-feira (7) para prestar as últimas homenagens à atriz Eliane Loreti de Campos, de 58 anos, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Eliane foi assassinada na noite de quarta-feira passada (5) em uma tentativa de assalto em Marechal Hermes, na Zona Norte. Na manhã desta sexta, os dois criminosos que atiraram contra a vítima foram detidos, sendo que um deles é menor de idade. 
De acordo com a colega de profissão da vítima, que também era professora, Viviane Souza, Eliane fazia planos para se dedicar inteiramente às artes cênicas, após sua aposentadoria. Em dezembro de 2021, ela atuou na peça "Abajur Lilás", e em agosto deste ano, também participou da montagem "Antes do Fim do Mundo", ambas exibidas no Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes. A mulher lamentou nunca ter conseguido assistir a amiga.
"Era uma pessoa que estava sempre de bem com a vida, uma pessoa que procurava o melhor nas pessoas, ela era muito transparente. Durante a pandemia, várias vezes ela mandava 'zap' (mensagem por WhatsApp) perguntando como a gente estava, fazia vários planos. Eu prometi que eu ia ver as peças de teatro dela e, infelizmente, eu fiquei em casa, por causa das comorbidades, e não deu tempo. Ela gostava de viver. (...) Perdemos nós uma professora, uma amiga, uma mãe e uma artista. Nós é que perdemos", lamentou Viviane, que ressaltou que professora impactou positivamente a vida dos alunos.
"Hoje a gente tem uma educação que está órfã, porque além de professora, ela era uma pessoa que era envolvida em projetos sociais. A gente salvou muitos alunos através da prática do esporte, do atletismo, então, hoje eu posso dizer que a educação ficou órfã mais uma vez, porque além de uma professora, ela é, sobretudo, uma pessoa humana, muito humana. As crianças que convivem com a gente estão arrasadas com a perda dela". 
Também ator, Rogério Bern relembrou da peça "A culpa é da terceira idade" que ensenou com Eliane no Teatro Antônio Fagundes, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, além de "Idade da Pedra" e "Bacantes". Ele descreveu a amiga como uma pessoa bondosa e destacou que ela dava uma carona para uma colega de elenco quando foi morta. 
"Eu tenho muito orgulho de ser amigo, porque eu serei sempre amigo dela, até que a minha morte nos junte. Eliane era uma pessoa maravilhosa, uma pessoa do bem, uma professora dedicadíssima e era uma artista de peso (...) Uma boa pessoa, um legado de boa mãe, de boa filha, uma filha maravilhosa. O legado que ela me deixa é a boa amizade, o bom viver, a humanidade. Ela é uma pessoa muito boa, tanto que o ocorrido aconteceu com ela levando uma colega nossa de teatro para a sua residência", desabafou o amigo. 
Relembre o caso
A vítima seguia em seu veículo pela Rua Costa Filho, por volta das 21h40, e não parou em uma abordagem de criminosos. Ao seguir mesmo após a ordem de parada, os bandidos atiraram contra o carro da mulher e fugiram do local. O crime foi registrado por câmeras de segurança da via e o ataque durou menos de dez segundos. Confira abaixo. 
O Corpo de Bombeiros chegou a socorrer Eliane para o Hospital Estadual Getúlio Vargas (HGV), mas a atriz deu entrada na unidade já sem vida. No carro, também estava uma outra mulher que sofreu apenas ferimentos leves. De acordo com a Polícia Militar, equipes do 9º BPM (Rocha Miranda) foram acionadas para checar uma tentativa de roubo e encontraram a vítima baleada. 
Na manhã de hoje, a Polícia Civil apreendeu um adolescente e prendeu um homem suspeitos de matarem a professora. Eles foram detidos por agentes da 24ª DP (Piedade) e encaminhados para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investiga o caso. A dupla foi localizada após trabalho de inteligência da especializada. 
*Colaborou Pedro Ivo