Zeli Seriaco, de 62 anos, teria sequestrado o neto de 8 anos para impedir que o mesmo incriminasse seu filhoReprodução/Redes sociais
Família de vítima de feminicídio diz que avó paterna sequestrou filho do casal após crime
Criança de 8 anos presenciou o crime e iria prestar depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) nos próximos dias
Rio - A família de Grazielle Sampaio, de 32 anos, morta asfixiada pelo companheiro Glaubert Soares Seriaco, 38, no último dia 8, denuncia que o filho do casal, de 8 anos, foi sequestrado pela avó paterna nesta terça-feira (11). Segundo um amigo da família da vítima, Zeli Seriaco, de 62 anos, raptou o menino para impedir que ele depusesse contra o pai. A criança seria ouvida pelos investigadores da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) nos próximos dias, já que a mesma presenciou o crime.
O amigo, que pediu para não ser identificado, conta que Zeli esteve no enterro da nora e, chorando bastante, pediu desculpas pelo crime cometido pelo filho. Na ocasião, Glauber deu socos na mulher e aplicou um golpe de mata leão, determinando para que ela morresse de asfixiada. As agressões foram presenciadas pelo filho deles, que estava na casa.
No entanto, depois do sepultamento de Grazielle, Zeli foi até a escola onde o neto estuda e o levou embora. "Ela está tentando ocultar o crime, além de querer ficar com o menino. A criança disse para todo mundo que viu o pai enforcando a mãe. A avó morava no Morro do Abacatão, em Boa Vista, município de São Gonçalo, mas desde ontem não foi mais vista na região. O WhatsApp dela também fica online, mas ela não responde às mensagens", disse o amigo da família.
A família informou que vai solicitar na quinta-feira (13) um pedido de busca e apreensão do menor de idade na DHNSGI. A especializada ainda não foi informada sobre este possível sequestro da avó paterna. O advogado também afirmou que vai tentar entrar com um pedido de prisão contra Zeli no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
A guarda da criança estava com a avó materna desde a morte da mulher. "A mãe da Grazielle está bastante afetada, ela está em casa há três dias sem dormir e tenta agora criar forças para ir atrás do neto".
Suspeito continua preso
O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) converteu em preventiva, na tarde desta de segunda-feira (10), a prisão de Glaubert. Em audiência de custódia, realizada na 3ª Vara Criminal da Comarca de Niterói, a juíza Ariadne Villela Lopes levou em consideração a confissão sobre as agressões do preso em sede policial.
Em depoimento, Glaubert disse que agrediu a mulher para tentar se defender. No entanto, testemunhas contam que as agressões eram recorrentes e, horas antes do crime, presenciaram o preso dando socos no rosto de Grazielle e aplicando um golpe mata leão na mesma. Uma outra testemunha disse aos policiais que um dia antes da morte da vítima o homem também agrediu o filho menor do casal.
"Há indícios suficientes de autoria pelo custodiado em relação ao homicídio da vítima aptos a autorizar a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva", disse a juíza na decisão. A magistrada determinou também o encaminhamento do custodiado para realização de exame de corpo de delito, a fim de identificar possíveis agressões sofridas. Segundo o suspeito, a companheira teria mordido e arranhado ele.
A vítima vendia salgadinhos e morava com Glaubert na Rua Imboassu, no bairro de Boaçu, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, onde foi encontrada gravemente ferida. Ela ainda foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao Pronto Socorro Central de São Gonçalo (PSCSG), no bairro Zé Garoto, mas não resistiu e morreu.
A investigação do feminicídio segue em andamento na DHNSGI.
A reportagem tenta contato com a defesa de Zeli, mas até o momento não obteve resposta. O espaço está aberto.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.