Bruno sonhava em ser lutador profissional, afirma mãe da vítimaReprodução

Rio - O corpo do professor de artes marciais Bruno Esteves de Mello, de 39 anos, morto durante uma operação da Polícia Civil em Manguinhos, foi enterrado na tarde desta quinta-feira (03), às 15h, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte. O velório ocorreu nesta manhã, às 10h, na Associação de Moradores do Parque João Goulart.
Na manhã desta quarta-feira (2), a mãe e a mulher do lutador foram ao Instituto Médico Legal (IML) para liberar o corpo. Teresa Esteves, de 63 anos, mãe de Bruno, em conversa com o DIA, disse que o sonho de seu filho era se tornar um lutador profissional e que, no sábado passado (29), durante um campeonato, ele havia vencido duas das três lutas que disputou e que ele iria para São Paulo competir.
"Sempre foi um menino educado", disse Teresa. Segundo ela, quando Bruno foi preso anteriormente por porte de armas, os policiais a agradeceram pela educação do rapaz. A mãe pediu justiça e revelou que o professor de artes marciais deixou seis filhos.
Teresa afirmou também que policiais tentaram forjar a cena do crime. Foi encontrada junto ao corpo uma pistola, dando a entender de que a vítima estaria armada e teria trocado tiros com os agentes. No entanto, segundo a mãe, o filho era canhoto e a arma foi achada empunhada na mão direita.
Sobre a operação
De acordo com a Polícia Civil, equipes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) realizavam uma ação, nesta terça-feira (1º), para repressão de roubo e transbordo de cargas, quando viram um grupo ao redor de mercadorias na rua Leopoldo Bulhões.
Ainda segundo a Civil, os agentes tentaram realizar a abordagem, mas os suspeitos fugiram. Na ocasião, foram ouvidos disparos de arma de fogo. Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais foram acionados para o local em busca de apoiar as equipes da DRFC.
Questionada sobre a morte, a Civil respondeu que Bruno Esteves de Mello tinha anotações criminais por porte/posse ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas e associação para o tráfico. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e realizou uma perícia no local.