Wahington Reis é candidato a vice-governador na chapa de Cláudio Castro (PL) Divulgação

Pesquisa divulgada pelo Ipec nesta terça-feira, 6 de setembro, mostra que o atual governador Cláudio Castro (PL) subiu 11 pontos percentuais desde a última pesquisa divulgada em 30 de agosto e tem 37% das intenções de voto, contra 22% de Marcelo Freixo (PSB), que subiu três pontos. Mas nem tudo são flores para o atual governador, que enfrenta um agora um novo desafio após a candidatura do ex-prefeito de Duque de Caxias Washigton Reis, até então vice na chapa, ser indeferida pelo T.R.E do Rio nesta terça-feira, dia 6.

A escolha de Reis como vice não foi em vão: de acordo com a cientista política Mayra Goulart, coordenadora do Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada (LAPPCOM), a estratégia é capilarizar a presença dos atual governador numa região que agrega 1 em cada 5 eleitores do estado do Rio. E neste recorte, Castro é atualmente apoiado pelos 13 prefeitos da Baixada. Foi o que revelou o mestrando em Sociologia Política Victor Escobar que, junto com Goulart, lança o ‘Dossiê A Baixada Fluminense e as Eleições de 2022”, que traz observações sobre candidaturas provenientes dos municípios que compõe a região, alianças políticas no contexto da eleição para governador do Rio de Janeiro, dentre outros temas. Os pesquisadores concederam entrevista a Agnes Rigas e André Oliveira, revelando dados inéditos do estudo no Podcast Tá na Rede, do jornal O Dia. 
O uso da religião, sobretudo a cristã evangélica, é abordado no dossiê como forma de propagar um discurso eleitoral para esse nicho. A professora revela que pastores utilizam do discurso político através de uma linguagem popular para induzir escolhas eleitorais ainda durante os cultos. Essa seria uma realidade local que também ser refletiria em todo território brasileiro. Além das igrejas, os pastores também comandam outros cargos públicos.
"Nas escolas públicas de Caxias é relatado que os cargos terceirizados, como merendeiras, limpeza são oferecidos para que os pastores administrem a folha de pagamento. Esse é só um exemplo de como os pastores estão sendo mobilizados como cabos eleitorais", relata Mayra. 
Ao podcast, Mayra também abordou o aumento da violência política, um problema que chama atenção nos dias atuais, mas que já se apresenta há muitos anos nos municípios da Baixada:
"Por ter no seu discurso um candidato que mobiliza a violência retórica das armas como algo positivo, como o caso de Jair Bolsonaro, que organiza no seu discurso uma disputa entre  'o bem e o mal', isso aumenta o potencial de violência em qualquer conflito", diz.
Confira a entrevista completa no Podcast Tá na Rede: 
 
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