Adriane GalisteuEdu Moraes
Pois é. Vai acabar o 'Power' e eu vou ter 40 dias de intervalo e pense em uma doideira? Mas pense em uma doideira que eu estou completamente apaixonada e feliz da vida. Quando a gente realmente ama o que faz, mesmo muito cansada e com excesso de carga horária, a gente fica muito feliz. Enfim. Acho que é um momento muito especial essa minha volta para a RecordTV e com esse presente que são os dois programas que eu sempre fui muito apaixonada.
Foi uma surpresa total. Começou a pipocar na imprensa e eu fiquei acompanhando, mas tantas outras coisas foram faladas que realmente eu não dei muita bola. 'Se for verdade, o meu telefone vai tocar', fiquei com isso. Quando o telefone realmente tocou, eu fiquei muito feliz. Primeiro por eu ser fã do programa e assisto desde a primeira edição e sou daquelas que torço e comento. Agora eu tenho essa jornada, essa 'responsa' de fazer um programa que o Brasil é apaixonado, um programa que já tem uma cara, um jeito e que eu vou encontrar o meu jeito de fazer. O Mion brilhou em 'A Fazenda' e agora é a minha vez. Vou encontrar o meu tom e não vejo a hora de começar. Mas por enquanto o meu foco está em 100% no 'Power' e quando acabar, eu vou focar em 'A Fazenda'.
Olha, eu acho que é normal ficar ansiosa quando você começa um projeto na televisão, no teatro ou seja em qualquer atividade ter um início tenso. Não sei se você sabe, mas eu fiz uma peça com a Bibi Ferreira. Foi ela quem me colocou no teatro e eu tive a honra e o privilégio de atuar em um espetáculo chamado 'Às Favas com os Escrúpulos' e um pouco antes de entrar em cena, eu vi a Bibi nervosa. Eu, olhei e percebi o nervosismo e pensei 'A Bibi Ferreira nervosa? Para o mundo'! E aí eu fui perguntar se ela estava nervosa. Ela me olhou fuzilando: "Olha aqui... se eu não ficar com borboletas no estomago e nervosa, não faz o menor sentido eu estar aqui. Era melhor eu estar na minha casa comendo pipoca". Aquilo ficou marcado na minha cabeça e faz todo o sentido. O que move a gente é essa ansiedade, esse nervosismo e essa vontade de acertar. Essa ansiedade até te ajuda acertar e o nervosismo te ajuda a focar. Um reality é um programa nervoso, não é calminho. É um programa que mexe com os nervos das pessoas. Existem temperamentos diferentes dos participantes, são pessoas que estão confinadas e elas não estão ali em condições normais. Você está convivendo com essas pessoas quase que 24 horas e acaba ficando nervosa. Eu fico nervosa em noite de eliminação e fico nervosa porque o programa está acabando (risos). Neste início, eu fiquei super apreensiva porque não sabia qual era a diferença de assistir um reality e apresentar: hoje eu já descobri. Sem dúvidas, eu estou trazendo o programa mais para a minha mão, para o meu jeitão de conduzir, mas eu ainda estou encontrando o meu trilho para conduzir o meu caminho.
Eu sempre fui crítica comigo. Eu digo que ninguém precisa puxar a minha orelha porque eu mesma vou puxar. Eu sou ariana, sou difícil e às vezes muito cruel comigo mesma, mas passa rápido. O ariano explode, briga, quer o melhor e não guarda mágoas. É um temperamento bom nesse lado. Tenho acompanhado pouco a repercussão porque não tenho tido muito tempo, mas a turma toda acompanha e eu tenho gostado das coisas que eu tenho lido. De uma maneira geral, se fosse colocar em um balança está muito favorável e agradável (risos).
Eu participaria, mas o meu marido nem a pau. Nem com cachê, eu acho. Ele é diferente de mim e eu fico tentando fazer as provas aqui em casa, não exatamente igual, mas fico tentando colocá-lo em um reality, fazendo perguntas e o Alê (Alexandre Iódice) é muito tímido. Por exemplo, em prova de resistência, que não tem muito no 'Power', ele vê e diz 'eu jamais participaria'(risos).
O de culinária, eu vou deixar para o Vittório (filho) e o Alê porque eles invadiram a minha cozinha. Durante a pandemia, eu comecei a cozinhar com o Alê até porque nós não saíamos de casa e eu comecei a cozinhar. Começamos a cozinhar de uma forma muito informal, e como o meu marido sempre cozinhou bem e eu não. Fomos cozinhando até que comecei a pegar gosto, mas começou o programa. Sabe... eu estou tão feliz no 'Power Couple', sou tão fã de realities que eu posso dizer que foi o maior presente que eu ganhei profissionalmente falando. Eu queria muito voltar para a TV aberta e queria muito voltar para a Record. Eu saí da Rede Record e voltei para a RecordTV. São 17 anos depois e voltar para comandar um programa que eu sempre assisti, sempre fui fã, é maravilhoso. Não estou pensando em outras coisas. Estou focada no 'Power Couple' e estou dando o melhor de mim em todos os sentidos porque é um programa que exige demais do apresentador.
Quando comecei, eu ouvi de algumas pessoas lá na emissora que o Gugu Liberato tinha dito uma vez que nunca trabalhou tanto na vida. Até me diverti com aquilo porque eu conhecia bem o Gugu e sei o quanto ele era trabalhador e dedicado. E aí eu falei: 'imagina, homem é assim... nós, mulheres, tiramos mais de letra. Menina, estou sentindo na pele. Homens são mais práticos porque não tem cabelo e maquiagem. Eu tenho cabelo, maquiagem e a escolha do look que eu uso para brincar, ousar e isso é uma característica minha que acho que cabe no 'Power'. Eu gosto de brincar e eu uso de Riachuelo a Chanel. O 'Power' está tomando o meu tempo em todos os sentidos. Eu tenho folga de verdade mesmo só no domingo. Na sexta, eu folgo na emissora, mas tudo que eu tenho que fazer na semana, eu marco para as sextas, como as entrevistas, as gravações do meu podcast 'Fala, Galisteu', fotos, campanhas. No resto da semana, eu saio cedo de casa e chego tarde. É paulada.
Eu acho que eu sou mais carinhosa do que firme e eu percebo essa dificuldade em mim, inclusive, e porque eu acabei me apegando mesmo aos casais. É um exercício que eu venho fazendo. Tenho saído do palco na hora do break nas eliminações. Não fico lá porque se eu fico, eu acabo conversando e aí diretor me pede cuidado porque eles não têm informações externas. Não é tudo que eu posso conversar e aí eu saio de perto. Como gosto muito desse estilo de programa, eu me coloco muito no lugar de quem está assistindo em casa, como vivi várias vezes essa situação. Eu tive algumas vezes o ímpeto de cortar a pessoa. Foi ímpeto meu. Por exemplo, no tal do voto fofo, voto delícia 'eu gosto muito dela, ela é muito minha amiga, mas eu tenho que votar nela'. Como assim? Existem outros oito casais e ela vai voltar na melhor amiga? É estranho e é característica dos participantes e aí eu vou lá é boto fogo. É amiga e vota? Não dá para entender e aí vou lá (risos). Eu acabo cortando eles quando eu acho que ou estão 'sabonetando' demais ou tentar se fofo para o público.
Eu fuxico! Eu não tenho ninguém que faça as minhas redes sociais e aí eu peço para as pessoas da equipe acompanharem e mandarem os prints, mas quem vai lá e posta sou eu mesma. Cada break, eu vou lá ver o que estão falando até o diretor pedir para eu voltar que já está em cima da hora (risos). O Twitter não me comanda, mas ele me diverte. Aconteceu uma coisa muito louca no dia do cancelamento do poder do casal 'Power'. Eu aviso às duplas que não pode passar nenhuma informação, nenhum sinal antes da leitura do tal poder e a Débora se atrapalhou e falou uma coisa que tinha a ver. Na hora, eu recebi do diretor o aviso que iria rever tudo e o poder poderia ser cancelado. A direção vai rever a cena 20 vezes até dar o veredito. Enquanto isso, eu fui olhar o Twitter e todo mundo... 'tem que cancelar, tem que cancelar'. Passei a informação sobre a suspensão do poder e voltei ao Twitter: 'não tinha que ter cancelado' (risos). Gente! É uma loucura. Eu gosto de mandar recado que eu estou o tempo todo de olho neles, mas isso não significa que eles mandam no programa. Nem eu que sou apresentadora, mando. Quem manda são os chefes.
(Risos) Eu não. Essa brincadeira da moda entrou na minha vida faz muito tempo. Eu acho que a moda existe para você ousar. Ousar quando não tem dinheiro, ousar dentro do seu guarda roupa. O meu lance era ver muitas revistas, porque não tinha internet, e ver as vitrines. Eu ia lá no meu mísero guarda-roupas para lidar com aquilo e eu customizava. Se a moda era calça jeans rasgada, como eu tinha três, eu ia lá e rasgava uma. A minha mãe quase me matou e eu era assim: dava um jeito. Eu sempre fui assim. Nunca gostei de vestir igual e fui vendo que a moda é isso, a moda é para te libertar. Ela é libertária. Eu sei que não é todo mundo que vai entender uma roupa 'estranha'. Às vezes até eu me questiono e tudo que eu uso tem alguém por trás, que pesquisou, se baseou e tem uma referência. Eu tenho uma arara enorme e não me incomoda em nada as pessoas não gostarem do meu figurino. Faz parte.
Ah... São tantos anos... Mas não tem nenhum que eu fale assim 'putz, caraca, isso aqui eu não deveria ter feito'. É meio louco porque as pessoas me perguntam tanto isso e é claro que eu já me arrependi muitas vezes. Já fiz coisas que eu não deveria e não fiz coisas que eu teria que ter feito. As coisas que não foram tão legais assim me ensinaram a ser essa mulher que eu sou hoje. A gente não aprende só com a idade, com a maturidade. A gente aprende batendo a cabeça, sofrendo e errando. A minha carreira não é impecável. Eu tenho momentos de altos e baixos como qualquer ser humano, mas eu não tenho nenhum arrependimento brutal... não tenho. Seria estranho eu te contar 'não errei nunca e estou feliz'. Eu não conseguiria dar essa entrevista... Eu seria insuportável.
Sabe que quando eu comecei a trabalhar como atriz, nunca tirei o foco de ser apresentadora. Apresentar sempre foi a minha gasolina, sempre foi o meu foco. Eu tinha feito uma novela lá atrás, 'Xica da Silva', e aí está uma experiência que não foi uma das melhores para a minha vida. Não para a minha carreira, porque foi um sucesso estrondoso, passando em vários países, mas eu não curti fazer. Não curti. Não curti da agenda, da prisão. Fazer novelas é difícil porque são muitas horas nos estúdios, muitas horas nas externas e uma dedicação gigantesca e eu acho que estava muito menina na época para encarar o desafio. Enfim. Fiz, cumpri o meu desafio e falei que se eu pudesse não iria mais fazer novela. Fui tocando carreira de apresentadora e paralelamente fui fazer teatro, que é uma escola. Talvez seja a arte mais difícil. Fiz alguns espetáculos bem-sucedidos e tive a honra de trabalhar com gente muito competente. Me fez melhorar como apresentadora porque é um exercício muito difícil de postura de palco, tom de voz. Então, eu nunca quis deixar o teatro, mas fazer uma novela não passava pela minha cabeça. De repente me vi fora da TV aberta e depois me vi tendo essa possibilidade na mão de fazer uma novela e quebrar esse mal-estar que eu tinha da novela passada. Recebi essa proposta e fiquei muito feliz. Tive o desafio de ficar morena, o que eu nunca pensei, mas o trabalho, o oficio de atriz te coloca na situação. Naquele momento a novela cabia na minha vida. Me mudei, morei dois anos no Rio e foi uma experiência incrível que me fez crescer, me fez amadurecer...
Eu me cuidei muito. No começo desta pandemia, quando a gente não tinha nenhuma luz no fim do túnel, eu recebi uma proposta para trabalhar em Portugal e fiquei 50 dias trabalhando lá em meio a pandemia. Eu falei 'minha Nossa Senhora... como é que eu vou lidar com tudo isso em Portugal sozinha?'. Fui pra lá para ser jurada de um reality e trabalhei feito louca. Foi uma experiência bem difícil porque trabalhar fora do nosso país e com outra cultura não é fácil. Foi uma experiência incrível. Voltei ilesa, mas com a paranoia do álcool em gel, da máscara e do lysoform. Cada vez que eu vou em uma farmácia, eu compro sempre e eu estou passando até no ar (risos). Eu tenho a minha mãe, que é a coisa mais preciosa da minha vida, meu filho também é precioso, mas eu tenho uma relação muito forte com a Dona Ema e ela está com 80 anos e eu estava em pânico. Graças a Deus, ela já tomou as duas doses da vacina, mas eu fico em cima e digo que não é porque ela tomou as duas doses, que está podendo. Tem que colocar a máscara, evitar sair de casa, usar álcool em gel. O prazer da Dona Ema é ir ao supermercado, mas eu fico bem atenta. No começo da pandemia, eu limpei a minha casa sozinha e fiz até bolha. Eu vivi essa pandemia de verdade. Apavorada no início, mas agora estou um tiquinho mais aliviada.
Está chegando a minha vez e eu sou absolutamente a favor da vacina. Todos os anos eu tomo a vacina da gripe.
Assiste e está dando uma confusão aqui em casa porque ele tem que dormir para acordar cedo e ir para a escola. A aula dele já é presencial. Mesmo quando era online, ele tinha uma molezinha porque entrava às 8h30. Agora, ele tem que acordar às 7h15 e para ele assistir o 'Power', ele acaba dormindo tarde... Ele não consegue dormir sem ver o programa e, em especial, os dias das provas. Ele não perde. Nós já assistíamos 'Power', juntos e ele lembra de provas absurdas na época do Gugu. O Vittório fica torcendo para ter provas de bichos (risos).
Oh... Entrava fácil. Ainda mais com essas baratas de programas! Não são baratas de bueiros. São baratas finas que não comem glúten (risos). Eu acho essas mais fáceis do que as provas que são feitas nas alturas.
É. Ele fala: 'mãe, você foi muito bem hoje' ou então ele pergunta por que eu eliminei aquele casal e aí eu respondo que é o público que vota. Ele se mete, ele curte o programa. Ele ficou muito feliz quando eu disse que ia apresentar o 'Power'. Ele gosta de reality, assim como eu.
Agora está na moda assistir, mas eu sempre gostei e assisto todos até aqueles fora de moda, aqueles que as pessoas têm vergonha de dizer que assistem... Eu adoro. Eu assisto 'Os Quilos Mortais', 'O Vestido Ideal', por exemplo, mas prefiro os que têm confusões, os de confinamentos. Eu vou te contar: assisti um reality do Sérgio Mallandro! O confinamento era dentro de uma kitinete aqui em São Paulo com 11 pessoas e o prêmio era uma cesta básica.
Quando eu ganhei esse presente e fui convidada pela Record, pensei logo no Gugu Liberato porque além dele ter sido meu amigo, ele sempre fez tudo com maestria. Tocou a televisão do jeito dele, sempre bem feito e eu pensei mesmo: 'meu Deus, vão comparar'. Esse era o medo que eu tinha. Eu acho que as pessoas são incomparáveis porque cada uma tem o seu jeito, o seu caminho e eu decidi não ver o Gugu, não dar uma estudada nos programas que ele comandou. Decidi não ver nada do 'Power' antes e começar do zero e encontrar o meu caminho. O Tiago Leifert, por exemplo, tem um jeito muito peculiar de apresentar com muito talento e muita competência. O Mion tem um jeito muito especial de apresentar e eu tenho um jeito diferente dos dois. É um jeito meu, que eu encontrei e estou no meu trilho. Estou ainda encontrando o tom. Eu acho que estreei de um jeito e agora estou tentando mais liberdade. Estou entrando no meu ritmo sem olhar e sem copiar ninguém.
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