Painel eletrônico com relógio regressivo instalado no bairro turístico Copacabanafoto de divulgação

Tradicionalmente o Rock in Rio é um dos maiores impulsionadores do turismo carioca, perdendo apenas para o Carnaval e o Reveillon. Essa edição é emblemática por servir de termômetro sobre o potencial do retorno do setor após o período de "vacas magras" imposto pela pandemia do Covid-19. E a agitação não fica restrita à Cidade do Rock, na Zona Oeste. Praias, pontos turísticos, bares, restaurantes e quiosques pegam carona no público que vem para o festival. O público do evento costuma aproveitar outras atrações cariocas. 
Cartões Postais
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens, a Abav-Rio, lembra o impulsionamento do  para outros segmentos econômicos.
“Traz incremento bastante substancial para todas atividades que, na verdade, estão na indústria do turismo. Quando falamos na cadeia, não é só a hotelaria que enche. Proporciona um turismo maior de permanência na cidade. Os números positivos acabam potencializados porque é um evento que abrange 7 dias divididos por dois finais de semana e ainda com um feriado no meio" - explica Luiz Strauss.
Bares, Restaurantes e Quiosques da orla
Os administradores já fizeram os pedidos aos fornecedores para reforçarem seus estoques de bebidas e comidas para atender o aumento da demanda.
“Um evento do porte do Rock in Rio, que tem reconhecimento internacional, é sempre visto com expectativas de impacto positivo no setor de turismo e todos nele envolvidos. Especialmente em áreas tradicionalmente turísticas, como Zona Sul e Barra, que concentram uma parte significativa da rede hoteleira. Tem ainda o Centro do Rio - com suas regiões boêmias como a Lapa, os bares e restaurantes acabam por ter um aumento significativo na procura e, consequentemente, faturamento, trazidos pelo evento.” - estima Fernando Blower – presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro e Diretor Executivo da Associação Nacional de Restaurantes.
Transporte Urbano
A mobilidade ganha um forte impulso. Além das passagens aéreas e as de ônibus intermunicipais e interestaduais, a movimentação urbana também é impactada. O transporte público regular, como metrô, BRT e trens estarão funcionando com reforço. Tem também os ônibus especiais nos modelos: "Rock Express", saindo do Jardim Oceânico e do terminal Alvorada em direção ao Parque Olímpico. Já com uma tarifa de R$ 125, tem a opção do conforto dos frescões "Primeira Classe", parando em 13 pontos fixos, entre eles, os aeroportos, a Rodoviária Novo Rio e Copacabana. Foram criadas ainda duas linhas alternativas: Niterói e Petrópolis.
A Uber anuncia que irá realizar uma operação especial nos dias de festival. Localizado no Centro de Convenções Riocentro, a cerca de 1km do Parque Olímpico, será destinada uma área exclusiva para embarque e desembarque. Vai contar com uma estrutura especial para usuários e motoristas aguardarem por suas viagens.
Para chegar, o usuário deve digitar "Centro de Convenções Riocentro" como destino no aplicativo. O motorista deixará os usuários no Espaço Uber e, uma vez lá, placas de sinalização e  funcionários vão orientar a direção até o Parque Olímpico. 
“Nossa tecnologia e estrutura fazem com que esse grande evento fique apenas a alguns cliques de distância, de modo que os nossos usuários possam ir e voltar com tranquilidade, se preocupando apenas em aproveitar” - comenta Silvia Penna, Diretora Geral da Uber no Brasil.

Aeroportos saem do ostracismo da pandemia
Os terminais e as lojas ancoradas nesses espaços também se estruturam para receber um público maior com conta do festival. Tanto o internacional Antônio Carlos Jobim, como o Santos Dummont e a Rodoviária Novo Rio, estimam um aumento substancial de passageiros.
Segundo a Convention & Bureau, somente a concessionária RIOgaleão, que administra o Tom Jobim, projeta um incremento de aproximadamente 22 mil passageiros entre os dias 1º e 15 de setembro. Isso representa um aumento de 11% em relação à estimativa da primeira quinzena de agosto.
Mais extras
No total, são esperados 133 voos extras para o período, principalmente nas rotas São Paulo, Maceió, e Recife e reforçando três outros destinos: Curitiba, Florianópolis e Salvador.
Como são vários dias de festival divididos em duas semanas, acreditam que não ocorram transtornos já que os turistas, em geral, não assistem todos os shows e chegam ou partem de forma pulverizada. Sendo assim, essa grande procura pode se diluir pela malha já programada sem a necessidade de colocação de novas viagens a mais. 
“Por enquanto, as companhias aéreas ainda não sinalizaram a necessidade de mais voos extras. Como já existem muitos para o Rio de Janeiro, diariamente, saindo de todo o Brasil, é bem provável que a malha aérea consiga atender” - estima a fundadora do site Passagens Imperdíveis, Patrícia Guedes.
Ainda segundo a executiva, desde o início do ano que o aplicativo já detectava o aumento de procura para Setembro e quem vem crescendo de forma escalonada com o aproximar da estreia.
“Desde quando foram divulgadas as datas do Rock in Rio e, principalmente, quando começaram vender os ingressos, os pedidos por passagens aéreas, hospedagens e pacotes aumentaram muito... A cada nova postagem, aparecem novos interessados, o que nos leva a crer que, apesar de a grande maioria já ter se planejado, há bastante gente que ainda precisa concluir as suas reservas”.

Viagem estendida
Não só o município carioca enche os cofres a reboque do Festival. O Estado do Rio também se estrutura para abocanhar parte desses recursos trazidos pelos turistas, lançando o projeto TURISROCK.
“Estamos propondo uma esticada pós shows, em uma cidade do interior do Estado. São diversas possibilidades a cerca de 3 horas de distância. Isso desde a Costa Verde com seus paraísos - Mangaratiba, Angra e Parati, até Costa do Sol; Região do Vale do Café, com sua rica história e fazendas do período do ciclo do Café. Assim, passando pela Região Serrana - Petrópolis, Teresópolis, Friburgo, Cachoeiras de Macacu...” conta o secretário Sávio Neves para a Coluna.
Quem também pensa em fisgar o turista não só em grandes eventos, mas manter a regularidade por todo o ano é o Convention & Visitors Bureau que planeja e incentiva novos projetos para incrementar o calendário.
“Trabalhamos constantemente para captar novos eventos para a cidade, a fim de movimentar o turismo ao longo de todo o ano", nos conta diretora-executiva da entidade, Roberta Werner.
Outros artigos sobre o impacto do Rock in Rio
Contados da Coluna: